“Neste momento que vos falo, temos a dívida ao PIB a um rácio inferior a 70%. Estamos de facto a perceber uma trajetória de diminuição e esperamos fechar o ano em 61%, sendo que a nossa visão é que ela não pode ser mais de 60%, porque quanto mais o PIB cresce menor é este rácio”, afirmou hoje o secretário de Estado das Finanças e Tesouro de Angola.
Ottoniel dos Santos, que falava no encerramento da cerimónia de apresentação do Relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais da África Subsaariana do FMI, disse que as perspetivas positivas de Angola a nível da região resultam de um processo “rigoroso e muito duro”.
“Que nos levou a que neste momento pudéssemos estar com os sinais positivamente inclinados tanto para cima como para baixo gerando para nossa economia uma perspetiva melhor do que aquela que é apresentada pela generalidade da África Subsaariana”, apontou.
Segundo o governante angolano, os programas de assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, que funcionou como um “personal trainer”, também concorreu para os atuais indicadores positivos do país.
“O que se pretende agora é estimular a variável do investimento e esta variável tem como base essa diversificação da economia, a participação do setor privado para permitir que o produto cresça de forma sustentável”, rematou o secretário de Estado angolano.
O representante do FMI Angola, Marcos Souto, que apresentou o relatório, disse, na ocasião, que a queda do rácio da dívida de Angola ao PIB resulta “numa grande parte à dinâmica da taxa de câmbio”.
“Mais de 80% da dívida pública é em moeda estrangeira, mas há também aqui um esforço no sentido de se reduzir a dívida pública e também a composição”, realçou.
As autoridades angolanas estimaram hoje uma taxa de inflação de 15% no final de 2022, enquanto o FMI apontou para uma taxa de 18%, sobretudo devido ao “regime flexível” da taxa de câmbio do país.