Angola é o 39.º maior mercado de água engarrafada, com vendas de 600 milhões

Angola é o 39.º maior mercado de água engarrafada do mundo, com vendas de cerca de 600 milhões de dólares em 2021, à frente de Portugal, segundo um estudo das Nações Unidas sobre o mercado da água natural engarrafada.

De acordo com este estudo, levado a cabo pelo Instituto Universitário para a Água, Ambiente e Saúde das Nações Unidas em 109 países, revela os 50 países em todo o mundo que mais gastam e consomem água engarrafada e conclui que os 270 mil milhões de dólares (250 mil milhões de euros) gastos em 2021 pelos consumidores seriam suficientes para garantir a disponibilização de água da torneira segura em grande parte do mundo.

"O relatório mostra que a água engarrafada evoluiu para um grande setor económico em apenas cinco décadas", que vale agora 270 mil milhões de dólares e produz cerca de 350 mil milhões de litros, "sendo um dos mais dinâmicos do mundo, crescendo mais depressa que qualquer outro mercado alimentar e devendo ultrapassar os 500 mil milhões de dólares [463 mil milhões de euros] entre 2025 a 2030", aponta-se no relatório.

Com o título 'Indústria da Água Engarrafada: Análise dos Impactos e Tendências", o estudo conclui que Angola ocupa a 39.ª posição entre os mercados onde se gastou, em 2021, mais na compra de água engarrafada, cerca de 600 milhões de dólares (556 milhões de euros), de um total de 1,5 milhões de litros consumidos.

A encabeçar a lista dos maiores mercados está os Estados Unidos da América, com um gasto de 63,3 mil milhões de dólares, cerca de 58,7 mil milhões de euros, seguido da China, com 49,1 mil milhões de dólares, ou 45,5 mil milhões de euros, e a Indonésia, país onde foram gastos 21,9 mil milhões de dólares, perto de 20 mil milhões de euros, em água engarrafada em 2021.

O Brasil surge em 13.º lugar, com um gasto de 3,8 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros), e é o único país lusófono, para além de Angola, a figurar entre os 50 maiores mercados de água engarrafada.

No documento, mostra-se ainda que foram consumidos 1,5 milhões de litros de água engarrafada em Angola, nesse ano, o 39.º maior mercado, e cerca de um milhão de litros em Portugal, o 44º maior mercado em termos de consumo, ao passo que o Brasil o 21º maior mercado, com cerca de 4 mil milhões de litros consumidos.

"O relatório mostra que a água engarrafada é consumida de forma generalizada quer no Norte quer no Sul, embora os preços sejam mais elevados do que a água da torneira", aponta-se no documento, que aponta a Alemanha como o maior mercado europeu e o México como o maior mercado na América Latina.

"Enquanto no Norte, a água engarrafada é normalmente percecionada como um produto mais saboroso e mais saudável que a água da torneira e é mais um luxo que uma necessidade, no Sul as vendas de água engarrafada são estimuladas principalmente pela falta de fornecimento de água potável pelas autoridades públicas", conclui-se no documento.

Outra das conclusões diz respeito à poluição resultante das garrafas de plástico, apontando que "o mundo gera atualmente cerca de 600 mil milhões de garrafas de plástico de lixo, que não são recicladas mas sim colocadas em aterros ou simplesmente no lixo", apesar do aumento da consciência social sobre este tipo de poluição.

Para além disso, conclui-se no documento, "há estimativas que apontam para que menos de metade do que o mundo paga todos os anos por água engarrafa seria suficiente para garantir água potável da torneira para centenas de milhões de pessoas, durante anos".