Segundo Rafael Inácio, o referido grupo de taxistas pretende também “ganhar fama” e alcançar a direção da ATA, sem obediência aos estatutos da organização, pedindo às autoridades para “agirem em conformidade” caso a paralisação seja convocada.
“Daí que instamos a autoridades agirem em conformidade, caso esses elementos de má-fé venham convocar qualquer paralisação sem a nossa autorização, ainda assim estamos abertos para o diálogo”, disse.
Rafael Inácio, que diz ser o presidente legítimo da organização, após recondução ao cargo em outubro passado em assembleia-geral, negou que tenha recebido benesses das autoridades para abrandar as reivindicações de associados.
“[Sobre] a problemática dos cartões [subsidiados], estamos a discutir com o executivo para que a entrega seja de forma célere, nós queremos desconstruir essas falsas informações que têm vindo a circular nas redes sociais de que o presidente foi beneficiado com algo”, justificou.
De acordo com o responsável, as referidas “especulações” têm sido promovidas por um grupo de cinco associados que tencionam, “a todo o custo”, chegar à presidência da ATA sem obedecer aos estatutos da organização.
“Pedimos às autoridades para que ajam contra os elementos que querem criar caos a nível da província de Luanda, tudo porque querem ganhar fama e almejar o poder sem seguir os parâmetros legais”, insistiu.
Desde 02 de junho que o litro de gasolina em Angola custa 300 kwanzas contra os anteriores 160 kwanzas (0,25 euros).
O Governo angolano anunciou a retirada gradual de subsídios à gasolina, mantendo a subvenção aos taxistas, mototaxistas e ao setor agrícola e pesqueiro, prometendo cartões subvencionados aos operadores.
Muitos taxistas em Luanda e pelo interior de Angola dizem não terem ainda sido beneficiados pelos respetivos cartões, que contém um valor mensal de 140.000 kwanzas (170 euros) e por isso estão ainda pagar o litro a 300 kwanzas.
Uma suposta paralisação dos taxistas, em Luanda, tinha sido convocada para os dias 19, 20 e 21 de junho para protestar os atrasos na entrega dos cartões, mas depois desconvocada pela ATA, que controla 38 mil associados, sendo 18 mil só em Luanda.
Rafael Inácio negou ainda que tenha sido destituído do cargo, referindo que a associação está devidamente legalizada com um estatuto próprio, uma sede, cujo objetivo principal “é defender e salvaguardar os taxistas, [o que] tem feito e muito bem”, notou.
“Essa destituição que se ouve dizer é ilegal, desrespeita completamente a boa vontade dos membros que votaram no passado mês de outubro, que decidiram pela minha continuidade”, disse.
“Não pode ser um grupo de cinco ou quatro elementos que vão destituir o presidente, que é ilegal”, atirou o presidente da ATA.
A ATA é uma associação de âmbito nacional que congrega vários taxistas, nacionais e estrangeiros, sem fins lucrativos.