"Na passada semana, o Kwanza depreciou-se 3,6% face ao dólar e 3,9% face ao euro; depois de ter registado quebras diárias consecutivas a partir de maio, entre quarta e sexta-feira [da semana passada] a moeda angolana apreciou 0,51% face ao euro, saindo dos 903,8 kwanzas por euro para 899,2 kwanzas por euro", lê-se na análise semanal do gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) sobre o andamento dos principais indicadores económicos angolanos.
"Quanto ao dólar, o movimento de quebras diárias continuou, porém a um ritmo bastante mais lento em relação aos anteriores, saindo de 822,4 kwanzas por dólar para 822,9 kwanzas por dólar", acrescentam os analistas.
Desde o início do ano, "a moeda angolana conta com uma depreciação de 38,8% face ao dólar e 40,2% face à moeda da União Europeia", lê-se ainda na nota do BFA.
O Presidente de Angola, João Lourenço, já defendeu que o banco central deve implementar medidas para fortalecer o kwanza, além de ajudar a economia a diversificar-se e controlar a inflação.
A inflação em Angola aumentou para 10,62% em maio, pondo fim a 15 meses de declínio, depois de o Governo ter cortado os subsídios aos combustíveis.
O novo governador do Banco Nacional de Angola já reviu a previsão de inflação para este ano em alta, antecipando agora um aumento dos preços entre 9 e 11% no final de 2023.
Já este mês, a agência de notação financeira Fitch Ratings desceu a perspetiva de evolução da economia de Positiva para Estável, mantendo o 'rating' em B-.
"A revisão do 'outlook' de Angola de Positiva para Estável reflete as previsões de menor crescimento económico, maior inflação e um aumento no rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) em resultado da forte depreciação do kwanza", lê-se na nota que explica também a decisão de manter o 'rating' em B-.
A Fitch Ratings reduziu a previsão de crescimento para 1,5% do PIB este ano, 2% no próximo ano, face aos 3,1% registados em 2022, estimando também que a inflação suba de 14,7%, no final deste ano, para 17,1% em 2024, quando até agora previa que já no próximo ano os preços crescessem a apenas um dígito.
Na nota, os analistas estimam ainda que o kwanza, que perdeu 30% do valor face ao dólar no primeiro semestre, chegue ao final do ano a valer 760 kwanzas por dólar, face aos 504 kwanzas por dólar no final de 2022, "mas uma depreciação maior é possível se a oferta interna continuar limitada", alertam.