O major-general Abel Kandiho, nomeado em 2017, vai ser o enviado para questões de segurança no Sudão do Sul e é substituído pelo major-general James Birungi, disse o Ministério da Defesa em comunicado.
"Esta é uma daquelas transferências e realocações de rotina, de acordo com as prerrogativas do comandante supremo, de transferir, realocar e nomear oficiais", afirma o porta-voz do Ministério da Defesa ugandês, Ronald Kakurungu, citado no comunicado.
No início de dezembro, o Tesouro norte-americano anunciou sanções contra Abel Kandiho, devido ao seu alegado envolvimento, bem como do seu departamento, em graves violações dos direitos humanos, incluindo espancamentos, agressões sexuais e eletrocussão.
"Em alguns casos, o senhor Kandiho esteve pessoalmente envolvido no interrogatório de detidos, frequentemente selecionados pelas suas opiniões políticas, nacionalidade, ou porque eram críticos em relação ao governo", afirmou então o Governo dos EUA.
Na altura, o exército ugandês disse que estava "desapontado" com a decisão dos Estados Unidos.
No Uganda, os últimos anos têm sido marcados pela repressão de jornalistas, prisão de advogados e o silenciamento de líderes da oposição.
A substituição agora do poderoso chefe dos serviços secretos surge dias após uma visita oficial ao Ruanda do filho do Presidente Museveni, Muhoozi Kainerugaba, que muitos acreditam querer suceder ao pai.
Nos últimos anos, responsáveis ruandeses acusaram Kandiho de colaborar com dissidentes para raptar cidadãos ruandeses no Uganda.
Hoje, Muhoozi Kainerugaba felicitou Kandiho e o seu substituto pelas suas novas posições.