MPLA e UNITA trocam acusações sobre confrontos que deixaram mais de 20 feridos no Uíge

irigentes do MPLA, partido no poder em Angola, e da UNITA, na oposição, trocam acusações depois de confrontos ocorridos no município de Sanza Pombo, na província do Uíge, entre militantes dos dois partidos que deixaram mais de 20 feridos no sábado, 19.

A UNITA diz que 15 militantes seus foram raptados.

O primeiro secretário provincial do MPLA, José Carvalho da Rocha, que falava à imprensa local, acusou a Unita de ter agredido os seus militantes e de vandalizar a sede do partido e outras infraestruturas.

“De facto é um acto condenável diante de todos porque militantes da Unita tiverem actos marcantes por vandalismo não só a sede do MPLA, mas também de pessoas que estavam na actividade política do MPLA, vandalizaram as estruturas do MPLA e da RNA do município de Sanza Pombo, é um acto que nós condenamos de puro vandalismo”, afirmou Rocha, quem pediu que “esses actos não se repitam mais aqui nesta província do Uíge”.

José Carvalho da Rocha ainda pediu aos órgãos de justiça que responsabilizem criminalmente os autores desses actos e disse que “a direcção da Unita aqui na província do Uíge tem que de facto tomar uma atitude em relação aos seus militantes”.

Por seu lado, o secretário provincial da Unita, Félix Lucas, devolveu as acusações ao partido no poder que acusa de ter protagonizado essas acções para inviabilizar o seu programa alusivo à fundação do partido.

“O agressor agora está-se a fazer de vítima, o acto do dia 19 é um acto provincial, não tem porque o MPLA tem de organizar um programa dentro de um programa, aliás quando programamos no dia 13, eles também no município programaram no mesmo dia, nós adiamos eles também adiaram para colocar no mesmo dia, é uma situação devidamente preparada pelo próprio MPLA, que organizou esta acção”, acusou Lucas, quem apontou o dedo a “um indivíduo que saiu do Uíge chamado Nguame Maka, empresário do MPLA que recebe dinheiro permanentemente de créditos do MPLA”.

O responsável da UNITA afirmou ainda que o seu partido registou 28 militantes seus feridos, três dos quais gravemente e pediu que “haja justiça, o actor moral desta história está lá é o Nguame Maka”.

Félix Lucas acrescentou ainda que 15 militantes foram raptados no município do Sanza Pombo na manhã de ontem, domingo, 20, e que tem recebido ameaças, supostamente, do tal empresário.

“O Nguame Maka está a fazer promessas contra o deputado da Unita, mesmo nós estando lá no município, fez um comentário nas redes sociais a dizer que o deputado não vai ter portas para sair no Sanza Pombo”, concluiu.

A VOA contactou o empresário e militante do MPLA, Nguame Maka, e o director do Serviço de Investigação Criminal no Uíge, mas sem sucesso.