"O mais importante de tudo é que a paz civil, tão dificilmente conseguida, não seja perturbada por qualquer contestação ou mal-entendido pós-eleitoral", disse, em declarações à Lusa a propósito dos 20 anos de paz em Angola.
"Não tenho grande jeito para profecias eleitorais, que, como vimos por cá recentemente, têm a característica de estar muito longe da verdade. E é claro que, tendo bons e grandes amigos nas duas principais forças políticas angolanas não vou tomar partido, nem especular sobre vencedores e vencidos na próxima eleição", respondeu, quando questionado pela Lusa sobre o que esperava dos resultados eleitorais e que mudanças poderiam acontecer no país.
Nas declarações por escrito à Lusa, o advogado, conhecedor dos mercados africanos, lembrou que pelo facto de a guerra no país ter terminado há já vinte anos, "há uma nova geração que não a viveu, nem conhece os horrores do conflito".
Por isso, "há que esperar que, haja o que houver, ganhe quem ganhar, o passado sirva de lição, prevenção e dissuasão", alertou.
A guerra civil em Angola, que durou mais de 30 anos, terminou em 04 de abril de 2002 com a assinatura dos acordos de Luena entre forças militares da União para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, e do Governo, liderado desde a independência do país pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).