A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, recorda que o ato resultou também em vários feridos e “condena com veemência” a atuação policial uma vez que os atos “aconteceram na sequência de reclamações justas dos trabalhadores”.
“E insta as autoridades a porem cobro aos atentados à vida e à dignidade humana, que são direitos constitucionalmente consagrados”, lê-se num comunicado do comité permanente da comissão política da UNITA.
A UNITA pede também “responsabilização civil e criminal” dos autores materiais e morais “destes hediondos” crimes e apela às entidades empregadoras, públicas e privadas, a “primarem sempre pelo diálogo para a solução das justas reivindicações dos trabalhadores”.
A agremiação política diz-se ainda solidária com as famílias das vítimas a quem endereça sentimentos de pesar.
Dois trabalhadores angolanos, que trabalhavam no projeto hidroelétrico de Caculo Cabaça, foram mortos em confronto com a polícia na quinta-feira quando reclamavam contra o empreiteiro, a empresa chinesa CGGC, alegando incumprimentos, como informaram as autoridades.
Segundo um comunicado do comando provincial do Cuanza Norte, os trabalhadores insatisfeitos terão protagonizado um ato de vandalismo envolvendo bens patrimoniais (viaturas, geradores, material de escritório, portas e janelas), na quarta-feira, no interior do projeto hidroelétrico, “alegando incumprimentos dos pontos do caderno reivindicativo apresentado à identidade patronal”, a CGGC (China Gezhouba Group Company).
O ministro da Energia e Águas angolano estabeleceu hoje 15 dias para que trabalhadores do projeto hidroelétrico de Caculo Cabaça e a direção da empreiteira chinesa CGCG coloquem fim ao impasse que originou reivindicações e morte de trabalhadores.
João Baptista Borges reuniu-se na sexta-feira com os trabalhadores grevistas envolvidos na construção da hidroelétrica de Caculo Cabaça, que “exigem” aumento salarial, melhores condições laborais, alimentação e assistência médica e medicamentosa.
As preocupações dos trabalhadores, plasmadas num caderno reivindicativo, centraram a conversa que o governante angolano manteve com os trabalhadores e a direção da empreiteira chinesa CGCG.
Após auscultar as partes, João Baptista Borges exortou estas a “encontrarem entendimento dentro dos marcos da lei, tendo apontado os próximos 15 dias como data razoável para assinatura de um acordo entre as partes”, lê-se num comunicado da entidade ministerial.