João Lourenço falava à imprensa depois de inaugurar o Hospital Maternoinfantil “Dr. Manuel Pedro de Azancot de Menezes”, infraestrutura localizada no distrito do Camama, a sul da capital angolana, um edifício de dez andares, três dos quais subterrâneos, que ocupa uma extensão de 40.484 metros quadrados, com serviços de urgências clínicas, sala de partos, obstetrícia e ginecologia, pediatria, fisioterapia e reabilitação física e cirurgia.
“A impressão que tenho é de que, aos poucos, estamos a realizar o sonho de oferecer melhores cuidados de saúde ao povo angolano, com a inauguração de um conjunto de unidades hospitalares muito bem equipadas e com capacidade de atender todo o tipo de doenças”, referiu João Lourenço.
O chefe de Estado angolano salientou que a nova unidade hospitalar foi construída para atender “um grupo-alvo muito sensível, que é a mulher, mas sobretudo a mulher gestante e a criança”.
“Nesta unidade, temos praticamente dois em um, temos uma maternidade e integrada com uma pediatria, no mesmo local atendemos a mãe e o bebé”, referiu o Presidente angolano, realçando que o plano do Governo “está a ser executado pouco a pouco”.
“E acredito que, nos próximos anos, a obra que deixaremos no setor da saúde não será negligenciada”, frisou.
João Lourenço afirmou que ficou “feliz” ao ouvir da ministra da Saúde que a tendência é de Angola reduzir cada vez mais a mortalidade infantil.
“Para qualquer governante isto é bastante bom, uma vez que temos a obrigação de trabalhar no sentido de não haver perdas humanas à nascença”, observou.
De acordo com o chefe de Estado angolano, outras províncias deverão também beneficiar de infraestruturas hospitalares, o que já vem acontecendo, com as recentes inaugurações de grandes hospitais no Bié, Namibe e Cabinda.
“A atenção não está virada só para Luanda, seria errado que assim fosse, é evidente que Luanda acabará sempre por ficar com um pouco mais, mas é compreensível, Luanda tem quase 10 milhões de habitantes, nenhuma outra província tem esta população, é normal que as necessidades de Luanda sejam [grandes], por serem maiores, merecem outro tipo de atenção”, realçou.
João Lourenço destacou que Luanda vai contar ainda com mais dois grandes hospitais nos municípios de Viana e Cacuaco.
“Que se enquadram no espírito do que acabo de dizer, para uma urbe como Luanda os hospitais atuais são poucos. Além deste ainda vem Viana e Cacuaco”, disse.
Aos profissionais de saúde, João Lourenço agradeceu a sua entrega voluntária, “demonstrada sobretudo na fase de luta contra a pandemia da covid-19”, enaltecendo os quadros jovens que “estão a fazer autênticos milagres”.
“Vemos isso no Hospital Josina Machel com as cirurgias que vêm fazendo, agora mais recentemente no Hospital do Coração e do Pulmão D. Alexandre do Nascimento, temos ali uma equipa muito jovem de cardiologistas que têm feito verdadeiros milagres, portanto, é uma palavra de agradecimento por tudo quanto têm feito, sabemos que haverá um ou outro caso em que os profissionais não respeitam muito o atendimento humano às populações, mas a tendência é acabarmos com isso”, referiu.
Na infraestrutura, segundo informação avançada pela agência noticiosa angolana, Angop, foram investidos mais de 179 milhões de dólares (169,8 milhões de euros), provenientes de uma linha de financiamento do Standard Chartered Bank.
O hospital terciário possui igualmente uma unidade para queimados, para terapia respiratória, laboratórios para análises clínicas, sistema de imagiologia e radiodiagnóstico, uma morgue e um parque de estacionamento para 520 viaturas.