O líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder há 47 anos), num discurso de mais de duas horas para uma grade moldura humana, falou de novos projetos e da continuidade de outros, iniciados nos últimos cinco anos do seu mandato.
“O número oito veio para marcar golos”, disse João Lourenço, referindo-se ao número da posição do MPLA no boletim de votos, prometendo correr o país durante a campanha.
João Lourenço disse que Luanda foi a província escolhida para o arranque oficial da campanha eleitoral, que se vai prolongar nos próximos 30 dias, por ser o maior centro urbano do país e consequentemente a maior praça política de Angola, realçando que a capital angolana tem uma população que é superior a de muitos países na Europa, África e outras partes do mundo.
Com preocupação para projetos sociais, o líder do MPLA e cabeça de lista de candidatos do partido às eleições admitiu que Luanda, com cerca de dez milhões de habitantes tem “muitos problemas por resolver, o que é absolutamente normal”.
“Mas nós não nos estamos a lamentar por isso, por termos muitos problemas a resolver nesta grande cidade de Luanda, antes pelo contrário, quando aceitamos o desafio em 2017 aceitamos enfrentar todos os problemas que afetam a vida dos nossos cidadãos, não importa em que cidade, em que vil, em que aldeia vivam”, disse.
Para a capital angolana, João Lourenço prometeu resolver problemas de mobilidade, do saneamento básico, de saúde, energia, água, educação, entre outros.
Segundo o candidato do MPLA, vai ser aumentado o número de autocarros públicos, juntando aos mais de 800 meios outros cerca de 700, “muito em breve”, sublinhando que o número continua insuficiente, por isso é preciso introduzir outros módulos de transporte.
“A boa nova é que para a semana vamos introduzir o passe social, que vai tornar a vida mais fácil em termos de transporte urbano aos nossos estudantes, aos nossos veteranos de guerra, aos diminuídos físicos, aos velhos e outros grupos ditos vulneráveis, que merecem um tratamento especial sempre que precisarem de fazer uso dos serviços públicos, particularmente do transporte público”, anunciou.
Ainda no que diz respeito à mobilidade, João Lourenço avançou que vai entrar em funcionamento, igualmente nos próximos dias, um comboio automotor, para ligar Luanda e Catete.
O projeto de construção de um metro de superfície, anunciado pelo Governo angolano já antes do mandato que João Lourenço agora termina, foi hoje mencionado pelo candidato do MPLA, informando que decorrem negociações com os financiadores para colocar “o mais rápido possível” em funcionamento o meio de transporte que vai ligar a cidade do kilamba, no sul da cidade, ao Porto de Luanda.
João Lourenço destacou a inauguração, em abril do próximo ano, do novo aeroporto internacional de Luanda António Agostinho Neto, bem como a construção de uma cidade aeroportuária na zona da nova infraestrutura, apelando ao setor privado para investirem, manifestando ainda preocupação em melhorar o acesso àquela zona, com a abertura de uma segunda circular de Luanda, para ligar a parte norte, Cacuaco e Catete, e a parte sul, Luanda Sul.
No setor da saúde, João Lourenço citou os hospitais construídos nos últimos cinco anos e a edificação de novas unidades hospitalares no resto do país, regozijando-se com o fim de um problema que encontrou quando assumiu os destinos do país relativamente aos centros de hemodialise.
Para a área habitacional, João Lourenço anunciou a entrega em Luanda, no final deste mês, de alguns edifícios para jovens, prometidos há algum tempo, estando na base do atraso a vandalização dos mesmos.
“Infelizmente, temos cidadãos sem civismo, que não pensam no coletivo, infelizmente, através deles também temos instigadores do vandalismo, porque esses edifícios foram vandalizados, ficaram sem portas, sem janelas, sem loiça sanitária e o Estado teve que investir duas vezes”, criticou.
Sobre o emprego, “essencial para o povo e para a juventude”, o candidato do MPLA a Presidente da República realçou os esforços do executivo angolano para criar um ambiente de negócios favorável à criação de emprego, afirmando que estão a ser criados muitos postos de trabalho em Luanda e “só não vê quem não quer”.
O líder do MPLA manifestou-se confiante na vitória, “não apenas” pelo que vem fazendo há cinco anos, reconhecendo que o partido “está no poder há muitos anos” e que “de mandato em mandato vem melhorando a sua governação, vem resolvendo cada vez mais e cumprindo com aquilo a que Agostinho Neto (primeiro Presidente de Angola) ensinou: o mais importante é resolver os problemas do povo”.
João Lourenço anunciou o fecho da campanha em Luanda, “para dar o xeque-mate” aos seus adversários, terminando a sua intervenção.
Entretanto, regressou ao público, pedindo desculpas e a sua atenção, para apresentar a candidata do MPLA à vice-Presidente da República, Esperança Costa, “uma mulher” com a qual conta para ajudar na empreitada”.