Militantes da UNITA detidos em Sanza Pombo vão aguardar julgamento em liberdade

Mais de 20 militantes da UNITA, oposição angolana, detidos desde março em Sanza Pombo na sequência de conflitos envolvendo partidários do rival MPLA, foram libertados e vão aguardar julgamento em liberdade, com apresentações periódicas às autoridades, segundo fonte partidária.

Em declarações à Lusa, o secretário provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) no Uíje, Félix Simão Lucas, adiantou que os detidos foram libertados na sexta-feira e receberam na segunda-feira “a soltura”, acompanhada de uma credencial para que se apresentarem em tribunal dentro de 15 dias.

Estão acusados, entre outros crimes, de vandalismo e destruição de bens públicos, indicou.

No grupo de 26 detidos, segundo Félix Simão Lucas, encontravam-se também ativistas, que não são militantes da UNITA, mas nenhum simpatizante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido do poder, e com quem se envolveram em conflitos durante um ato político.

Segundo o representante da UNITA, não houve detenções em flagrante delito.

“Durante a noite, pelas quarto da madrugada, a polícia foi buscá-los a casa”, disse, acrescentando que foram também levados militantes que não estavam envolvidos nos distúrbios, mas apenas tinham ficado alojados na casa de outros membros da UNITA.

Os incidentes de Sanza Pombo, um dos 16 municípios da província do Uíje, norte de Angola, tiveram lugar a 19 de março, quando partidários das duas forças políticas, que participavam em ato distintos, se cruzaram, envolvendo-se em desacatos de que resultaram feridos e danos materiais.

Na sequência, os partidários dos "maninhos" foram detidos.

A UNITA considerou na altura, em conferência de imprensa, em Luanda, que se estava perante um caso de "terrorismo de Estado e prisões arbitrárias" dos seus militantes.

Nas redes sociais circularam imagens que retratam os incidentes de Sanza Pombo, que terão resultado também na vandalização da emissora municipal da Rádio Nacional de Angola (RNA).

Na altura, o secretário provincial da UNITA no Uíje, Félix Simão Lucas, apresentou fotografias que retrataram os confrontos, com alguns feridos e danos materiais, referindo que o MPLA se sobrepôs ao ato da UNITA, previamente comunicado às autoridades.

O MPLA atribuiu, em março passado, responsabilidades pelos confrontos à UNITA, afirmando que este foi sempre o seu comportamento.