João Lourenço, que discursava hoje na cidade do Sumbe, capital da província do Cuanza Sul, no âmbito da campanha eleitoral, realçou a presença na Praça da República, em Luanda, e em toda as províncias, nos sete dias de óbito, dos “angolanos de uma forma geral, dos partidos políticos, da sociedade civil, até estrangeiros, os diplomatas”, que “de forma ordeira” foram prestar homenagem a José Eduardo dos Santos.
“Vocês viram alguns desses que foi salvo por José Eduardo do Santos, a ir prestar homenagem a quem lhes salvou? Eu não vi ninguém. Então, que tipo de gente é essa? Não foram prestar homenagem ao salvador deles”, referiu João Lourenço, que concorre a um segundo mandato, depois do primeiro que exerceu entre 2017 e 2022.
O ex-presidente angolano faleceu a 08 de julho deste ano, em Barcelona, Espanha, tendo o Governo angolano decretado óbito de sete dias, período em que várias pessoas prestaram homenagem ao presidente emérito do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) recusou-se a prestar homenagem a José Eduardo dos Santos, na ausência dos restos mortais de José Eduardo dos Santos, que estão a ser disputados em Espanha entre duas alas da família do ex-presidente e o Estado angolano.
Uma das filhas do ex-chefe de Estado, Welwitschia "Tchizé" dos Santos, acusa João Lourenço de querer fazer um aproveitamento político da morte do pai, que morreu em Barcelona, e afirma que vai lutar até ao fim contra a vinda do corpo para ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder, afirmando ser essa a sua vontade.
"Tchizé" dos Santos afirma também que o pai estava desiludido com João Lourenço, devido aos processos judiciais contra alguns dos seus filhos e colaboradores próximos, e que preferia ver o líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, no poder.