Senadores dos EUA pedem eleições "livres, pacíficas e justas" em Angola

O presidente do Comité de Relações Externas do Senado dos Estados Unidos, Bob Menendez, é o primeiro subscritor de uma resolução em que se apela às autoridades angolanas para assegurarem que as eleições de 24 de agosto sejam credíveis.

“Depois de décadas de governo autocrático e de má gestão dos recursos do Estado por um homem e um partido, os angolanos merecem uma chance de institucionalizar a prática de escolher seus próprios líderes através de um processo livre e justo”, disse o senador Bob Menendez na apresentação da resolução.

O texto é subscrito por mais dois senadores democratas, Ben Cardin e Chris Van Hollen, que preside ao subcomité do Senado de Relações Externas sobre África e Política Global de Saúde.

“De acordo com a Freedom House, Angola ‘não é livre’ – com um histórico de repressão das liberdades democráticas”, disse o senador Cardin, que acrescentou: “A nossa resolução apela ao Governo de Angola para romper com o seu histórico de repressão e realizar eleições livres, justas e pacíficas”.

O senador Van Hollen, por seu lado, considera que “Angola é governada por um partido desde a sua independência e as próximas eleições já estão marcadas por tentativas de silenciar e intimidar os partidos da oposição”.

“Exortamos todas as partes envolvidas a agir no melhor interesse do povo de Angola e a dar a todos os angolanos a oportunidade de finalmente terem suas vozes escutadas através de um processo democrático livre, justo e credível”, acrescentou Van Hollen.

Os três senadores foram eleitos pelo Partido Democrata e Bob Menendez representa o estado de Nova Jérsia, enquanto Ben Cardin e Chris Van Hollen foram eleitos pelo estado de Maryland.

No texto da resolução, os três senadores democratas destacam que desde 2020, quando os angolanos expressam a sua insatisfação pela atual situação em Angola, em protestos públicos, “são detidos e a polícia reprime de forma violenta” essas iniciativas.

A resolução exorta o Governo dos Estados Unidos da América “a responsabilizar os quadros angolanos por quaisquer tentativas de subversão do processo eleitoral”.

Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, estão habilitados a votar em 24 de agosto, na que será a quinta eleição da história de Angola.

Desde que entrou em vigor a Constituição de 2010 que não se realizam eleições presidenciais, sendo o Presidente e o vice-presidente de Angola, os dois primeiros nomes da lista do partido mais votado no círculo nacional, eleitos por via indireta.