“Ao nível da normalização institucional concordamos que durante o ano de 2023 temos que legalizar o PRA-JA [Partido do Renascimento Angolano-Juntos por Angola], vamos encontrar vários formatos e várias vias”, afirmou Abel Chivukuvuku, no final da reunião extraordinária da comissão diretiva provisória do projeto político.
A reunião contou também com a presença do líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, igualmente coordenador-geral da Frente Patriótica Unida (FPU), plataforma eleitoral, da qual faz também parte o partido político Bloco Democrático e membros da sociedade civil.
Abel Chivukuvuku realçou que o mais importante é ganhar o estatuto legal para poder participar em pleno direito na FPU, plataforma eleitoral criada para as eleições gerais de agosto passado, das quais foi vencedor o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido político no poder desde a independência de Angola, em 1975.
Segundo Chivukuvuku, também no próximo ano serão restruturados os órgãos nacionais, provinciais, municipais e comunais, “com energia, criatividade e iniciativa”.
Sobre a FPU, o político, que foi candidato a vice-presidente da República na lista da UNITA nas eleições, reiterou o fortalecimento, lealdade, dinamização e preservação das identidades das partes.
“Nenhum desses elementos alguma vez foi problema, mas precisamos de fortalecer e esse papel cabe-nos, o coordenador-geral Adalberto Costa Júnior e a nós os dois adjuntos, Filomeno Vieira Lopes [líder do Bloco Democrático] e eu próprio e também o representante da sociedade civil [Francisco Viana] no âmbito da coordenação geral da FPU”, realçou.
O político sublinhou que a lealdade tem que caracterizar a FPU em todos os passos, particularmente, “transmitir ao país uma mensagem e uma imagem de unidade, de propósito de ação, confiança e serenidade, mas sobretudo esperança”.
“Somos organizações distintas, com culturas políticas próprias, identidades próprias e valores próprios e, por isso, não tenhamos ilusão, problemas poderão acontecer, temos que ter a capacidade de, com serenidade e abertura, abordar o que quer que seja e encontrarmos entre nós as resoluções de tudo o que puder surgir no nosso percurso, é isso que significa lealdade”, destacou.
Por sua vez, o líder da UNITA, maior partido da oposição angolana, convidado a encerrar o encontro, disse que nos últimos tempos foi feito um balanço do processo eleitoral “bem feito” para não repetir naquilo que foi negativo, para repetir naquilo que foi positivo.
“Aqueles que nos viram nesse período a aparecer pouco e que pensavam que teríamos diminuído de ânimo, nós estivemos a trabalhar fortemente, todos nós estivemos a fazer os balanços do processo eleitoral”, referiu.
Adalberto Costa Júnior disse que foi aconselhado no exterior a não baixar os braços com relação à questão eleitoral, dando o exemplo da Alemanha que um ano depois vai anular o resultado das eleições.
As eleições gerais de Angola realizadas em agosto deste ano ficaram marcadas por contestações dos partidos concorrentes, que alegaram falta de transparência em todo o processo eleitoral, que reconduziu João Lourenço, líder do MPLA, a Presidente da República, num segundo mandato.