Empresas secretas do clã dos Santos terão sido usadas para desviar dinheiro de Angola

O clã Dos Santos terá desviado dinheiro público, para fins pessoais, tendo este sido canalizado para empresas secretas nos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com o Africa Intelligence, a família do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos terá empresas instaladas secretamente no país do golfo pérsico.

As empresas são geridas por uma firma de gestão de fortunas, a Helin International. A empresa está sediadas nos Emirados Arábes Unidos, foi fundada em 2010, mas pouco mais se sabe sobre ela. A Helin International não tem site.

Segundo o Africa Intelligence, a empresa foi usada por “vários clientes africanos poderosos” e está a ser investigada nos Estados Unidos, Suíça, França e Luxemburgo.

Em setembro de 2018, a L’Obs e a Radio France revelaram a existência de uma vasta rede internacional de evasão fiscal que tinha sido estabelecida desde o início dos anos 2000 em torno do grupo Helin. A revelação foi feita graças aos chamados “Dubai Papers”, uma fuga de informação de 200.000 arquivos, memorandos, emails, cartas e faxes.

A investigação à Helin está a ser usada em Angola pelo MPLA como arma de arremesso político. Segundo o Jornal de Negócios, o partido argumenta que quem está envolvido na ocultação de riqueza não tem condições para ambicionar ser Presidente da República de Angola.

Ainda este mês, João Lourenço deslocou-se a Abu Dhabi, onde tentou apelar o emir Mohammed bin Zayed al-Nahyan a uma maior cooperação legal e partilha de informação bancária entre os dois países.

O Africa Intelligence avança ainda que Tchizé dos Santos tem três veículos financeiros nos Emirados Árabes Unidos. O Leala Limited, em seu nome; o Whorem Limited, que tem como beneficiário o ex-marido Hugo Pêgo; e o Hermitage Limited, pertencente a ambos.

Os cérebros do Helin International são o príncipe belga Henri de Croy e o ex-banqueiro britânico Geraldine Whittaker, realça o Negócios.