“Mesmo que para isso tenha de desrespeitar a Constituição da República, a lei e todos os princípios nos quais assenta o Estado democrático de direito”, acrescentou João Lourenço, sem citar o nome da força política, quando procedia hoje ao lançamento da Agenda Política do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) para o ano 2022.
Em Angola, a principal força política da oposição é liderada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
O também Presidente da República frisou que, passados 20 anos do fim do conflito armado, o MPLA tem “a obrigação de tudo fazer para que não haja mais destruições de infraestruturas, de património e de vidas humanas por motivações político-partidárias”.
“Ao MPLA cabe a responsabilidade de continuar a trabalhar para mais uma vez merecer a confiança dos eleitores nas urnas, para continuarmos a realizar nosso projecto de Nação”, disse.
Para servir melhor o país no próximo mandato, continuou João Lourenço, o MPLA reitera na sua Agenda Política de 2022 o compromisso de continuar permanentemente a construir.
“Ao longo do mandato que está prestes a chegar ao fim, o MPLA, através do Executivo que dirige, conseguiu promover muitas realizações em prol do desenvolvimento económico e social do país”, afirmou.
O líder do MPLA citou entre os compromissos para este ano a continuidade da luta contra a corrupção e a impunidade, bem como a criação de um bom ambiente de negócios, a reforma política, a reforma administrativa, a reforma económica, a construção de importantes infraestruturas sociais, entre outras.
“Continuar a construir a paz e a reconciliação nacional, o Estado Democrático de Direito, a economia de mercado, apostando na sua diversificação e tendo como ator principal os agentes económicos privados; continuar a criar mais postos de trabalho, maior oferta de serviços públicos de saúde, educação, habitação, água, energia e saneamento, continuar a edificar mais infraestructuras públicas que sejam importantes para o desenvolvimento do país”, prometeu.
João Lourenço admitiu ainda que é preciso trabalharem “o suficiente” para terem a garantia de que todos os militantes, simpatizantes e amigos do partido “vão exercer o direito de voto e trazer consigo outros cidadãos da sua família e do bairro a votar também no MPLA”.
“Não podemos ficar fechados em nós própios, precisamos de atrair o voto dos indecisos, dos cidadãos sem partido e até dos militantes de outros partidos políticos que estão desencantados com suas prácticas nada democráticas”, referiu.
“Para isso, temos de saír à rua, ir ao encontro da sociedade civil, das igrejas, das organizações não-governamentais, dos jovens, das mulheres, dos estudantes, dos académicos, dos fazedores de cultura, dos desportistas, dos trabalhadores, dos empreendedores, dos empregadores, dos antigos combatentes, enfim, de todos os angolanos”, enfatizou.
Angola vai realizar as suas quintas eleições gerais em agosto deste ano.