Segundo a defesa, a leitura do acórdão, deste julgamento sumário que teve início na segunda-feira, estava marcada para as 10:30 locais, mas até ao momento a sessão não arrancou porque decorre um outro julgamento na sétima secção do tribunal.
Desde as primeiras horas do dia está presente no Tribunal da Comarca de Luanda, centro da capital angolana, tem sido visível a demora no arranque da sessão, provocando crescente insatisfação e indignação entre os presentes.
A defesa, os arguidos, com liberdade suspensa, familiares e amigos aguardam impacientemente pelo início do julgamento, com os ânimos cada vez mais alterados, que levaram já a uma troca de palavras acesa entre um dos advogados e agentes da polícia no local.
Gritos e prantos de uma advogada, que faz parte do grupo que defende os ativistas, foram ouvidos num dos corredores do segundo piso do edifício Dona Ana Joaquina, após esta verificar que um dos seus constituintes terá sido ameaçado de prisão pela polícia.
O calor que se faz sentir no hall da sala de espera do tribunal, onde os ventiladores e equipamentos de ar condicionado não funcionam e faltam cadeiras para todos se acomodarem, contribui para agravar a revolta dos presentes.
Desobediência à ordem de dispersão e motim são os crimes imputados aos 22 ativistas, entre os quais duas mulheres, sendo uma gestante e outra está em tribunal com o bebé ao colo, tal como foi detida no sábado.