Segundo o ministro do Interior angolano, “após dois anos de encerramento” e ouvida a Comissão Multissetorial para a Prevenção e Combate da Covid-19, o Presidente da República foi “sensível às dificuldades” das populações, principalmente dos residentes fronteiriços, e “mediante prévia concertação” com a RDCongo determinou “a reabertura da fronteira comum”.
Eugénio Laborinho presidiu à reabertura dos postos fronteiriços do Luvu/Angola e do Lufu/RDCongo em cerimónia que decorreu na província angolana do Zaire, norte do país, e que contou com a presença de governantes congoleses.
Angola e RDCongo partilham uma vasta fronteira terrestre e fluvial de 2.511 quilómetros caracterizada por um movimento migratório intenso de pessoas e bens.
Para o governante angolano, a reabertura da fronteira comum “irá proporcionar para os dois povos e governos ganhos incomensuráveis que certamente irão se refletir nas economias dos dois países e, consequentemente, na melhoria das condições sociais das populações”.
“Porém, recomenda-se a necessidade de serem rigorosamente observadas as medidas de biossegurança, estabelecidas pelas autoridades sanitárias dos dois países, durante a transposição dos postos fronteiriços, para a salvaguarda dos objetivos que levaram à sua reabertura”, disse Laborinho na sua intervenção.
O ministro angolano admitiu que a reabertura da fronteira poderá propiciar a ocorrência de crimes transfronteiriços, como contrabando de mercadorias, de combustível, tráfico de armas, de drogas, de pessoas, imigração ilegal e outros, defendendo o reforço da vigilância.
O governante defendeu que os órgãos de defesa e segurança são chamados a “redobrar os esforços necessários” tendentes à prevenção e combate de crimes, com vista a conferir um sentimento de segurança às populações ao longo da fronteira comum.
“De igual modo, é de capital importância que os dois países trabalhem de forma afincada na transformação dos postos fronteiriços do Luvu e do Lufu em posto fronteiriço de paragem única, com o objetivo de simplificar e tornar célere o ato migratório, tendo em vista ao reforço da cooperação bem como a facilitação do comércio”, frisou.
Segundo ainda o ministro angolano, ambos os governos “não trabalham apenas para o progresso económico e desenvolvimento sustentável, mas pretendem, sobretudo, contribuir para o bem-estar das suas populações e a manutenção da paz regional”.