"Face à agressão angolana no território de Cabinda, apoiada pelo Governo português, a FLEC-FAC apela ao Parlamento Europeu e à comunidade internacional para condenar e sancionar Portugal pelo seu apoio militar à agressão angolana em Cabinda", lê-se no comunicado, em que se acrescenta um alerta aos deputados do Parlamento Europeu “para denunciarem a ambiguidade do Governo português face à situação de guerra em Cabinda".
Para a FLEC, "a União Europeia e a comunidade internacional não podem permanecer observadores ou silenciosos face à agressão e ocupação de Cabinda por Angola e pelo seu patrocinador Portugal".
Na missiva assinada pelo tenente-general Danda wa Danda, porta-voz adjunto deste movimento, a FLEC-FAC aponta as "execuções sumárias e extrajudiciais de oito civis inocentes e indefesos civis perpetradas na quinta-feira, 8 de dezembro, na fronteira de Cabinda e da República Democrática do Congo (RDCongo), na aldeia de Kitsembo-Maduda, por soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA)", num ataque que terá sido liderado pelo Coronel Nahandu, comandante do setor operacional das FAA em Buco-Zau.
Estes oito civis de Cabinda, acrescenta, "tinham as mãos atadas e os olhos vendados".
"A FLEC-FAC está convencida de que a tragédia do povo cabindense só pode terminar se a comunidade internacional assumir a sua responsabilidade e puser fim a esta agressão bárbara de Angola no território de Cabinda", conclui-se no comunicado.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.