A informação foi avançada pela agência de noticias angolana, Angop, que cita o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) da Lunda Norte, dando conta de que foram recuperadas hoje a máscara Mwana Pwo e a estatueta Samanhonga (Pensador).
Segundo Graciano Lumanhi, foram igualmente recuperados quatro lotes contendo 1.879 mil pedras de diamantes, sendo os meios recuperados devolvidos a título de fiel depositário ao museu, enquanto decorre o processo-crime.
“Os artefactos e os diamantes foram retirados da área de exposição, precisamente na sala de animação cultural e encontravam-se escondidos no gabinete do diretor, que se preparava para uma viagem à República de Cabo Verde”, adianta a Angop.
O diretor do museu, Ilunga André, e dois funcionários, supostamente envolvidos no crime, estão detidos.
A máscara Mwana Pwo é uma das peças de um conjunto de oito artefactos que foram ilicitamente exportados para a Europa, na década de 1990, mas foram entretanto recuperados pela Fundação Sindika Dokolo, que as devolveu ao Museu Regional do Dundo, em 2019.
O museu do Dundo, o mais antigo de Angola, fundado em 1936 pela então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), acolhe um importante acervo de peças etnológicas da cultura Lunda-Tchokwe, incluindo a coleção do etnógrafo José Redinha, que foi o primeiro conservador do museu.
Segundo a Angop, o museu possui atualmente nove mil artigos entre os quais se destacam a estatueta do Samanhonga (Pensador) que se tornou num símbolo nacional, as máscaras Mwana Pwo (retrata a beleza feminina), Mukishi wa Mwanangana (palhaço do rei) - que corresponde ao sacrifício sagrado e representa os antepassados do chefe tribal -, bem como os instrumentos musicais ngoma (batuque ou tambor) e puíta.