Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Polícia Nacional no Huambo, intendente Martinho Kavita, disse que os tumultos iniciaram pouco antes das 07:00 de hoje, quando as duas classes de transportadores barraram estradas, queimando pneus e colocando pedras nas principais vias de acesso.
“A situação está controlada, ainda temos alguns focos em que alguns moto taxistas e alguns populares que também se vão aproveitando da situação barricaram as vias, colocaram pneus na estada para queimar, mas de forma geral a situação já está mais calma”, disse o responsável.
Segundo Martinho Kavita, houve necessidade de acionar a Polícia de Intervenção Rápida, “para poder repor a situação da ordem na cidade”, salientando que foram arremessadas pedras contra muitas estruturas.
Martinho Kavita confirmou a detenção de manifestantes, sem esclarecer o número, a apreensão de veículos e motorizadas, bem como danos materiais de bens públicos e privados, não confirmando os relatos de mortos e feridos.
“Há relatos de haver danos a património público e privado, pensamos que até ao final do dia estaremos em melhores condições de aferir o que realmente foi danificado”, salientou.
Em alguns vídeos, que circulam nas redes sociais, assiste-se a meios da Polícia de Intervenção Rápida nas ruas, pelo menos uma pessoa ensanguentada no chão e alguns disparos.
O porta-voz da polícia no Huambo realçou que os tumultos foram registados em toda a cidade do Huambo, incluindo o município da Cáala.
“A Estrada Nacional 120 no sentido Huambo/Caála e 260 no sentido Caála/Huambo ficou barricada igualmente, queimaram pneus nesta estrada, colocaram pedras sobre a ponte para não deixar passar nenhum veículo”, disse.
De acordo com Martinho Kavita, “a situação não afetou somente moto taxistas, porque, na verdade, a confusão surge do facto de haver parte da classe que queria realizar e outra parte não queria e passaram a agredir-se uns aos outros”.
“Os que não queriam trabalhar entendiam que deviam impedir os outros de trabalharem, então, isso causou uma algazarra e obrigou a intervenção policial”, referiu, destacando que os bairros periféricos da cidade e as principais saídas foram afetados.
“Para quem vai à Chipipa, Caála, Kambiote, essencialmente e para quem vai à centralidade de Lossambo”, adiantou.
Desde sexta-feira passada, o Governo angolano deu início à redução gradual da subvenção aos combustíveis, começando pela gasolina, que passou de 160 kwanzas o litro para 300 kwanzas o litro, não afetando a classe dos transportes públicos, nomeadamente taxistas, moto taxistas, autocarros e embarcações de pesca artesanal.
A atribuição de cartões personalizados, com um plafond diário de 7.000 kwanzas, foi o mecanismo encontrado pelo Estado para atender apenas membros licenciados desta classe.
A polícia remeteu para mais tarde uma atualização dos dados.