Segundo o prelado, que falava na abertura da Semana Social 2023, o encontro, que decorre em Luanda, propõe auscultar todas as situações sociais em busca de caminhos para a melhoria do estado de vida dos cidadãos.
Assiste-se, considerou, a “desesperador momento da situação socioeconómica, como consequência não só da conjunta internacional, mas também, e sobretudo, das medidas político-económicas fomentadas no país ao longo do tempo”.
Para o também presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), há necessidade de se “relançar o caminho da esperança nacional, tão ofuscada e incerta nos últimos tempos”.
A Semana Social 2023, espaço de debate e análise sobre a vida socioeconómica de Angola, “deve ser o meio dos sem voz e dos filhos e filhas desta nossa rica e bela nação que clamam por dias melhores de estabilidade social, económica, psicológica, promocional, familiar e espiritual”, observou.
“Que o espírito santo nos assiste para que, onde quer que estejamos, nos assumamos sempre como luz, sal e fermento, assumindo novas e nobres atitudes investindo-nos dos mesmos sentimentos de Jesus Cristo a fim de fazermos novas todas as coisas”, disse.
“Somos filhos da esperança, filhos do amor e do perdão, filhos da reconciliação e da comunhão fraterna, por isso abramos os nossos corações, abramos as nossas inteligências para o novo, para o belo, para o digno, para o verdadeiro, para o divino”, realçou.
Exortou também os participantes para ação conjunta na construção da nossa sociedade e na “restauração da cultura, que nos alimenta negativamente, atrofia, nos leva a este espaço de hostilização, de inimizade, de ódio, de intriga, de calúnia e da falta de convívio entre os irmãos”.
José Manuel Imbamba, também arcebispo de Saurimo, província angolana da Lunda Sul, falou ainda sobre a importância da preservação do meio ambiente e da “sensibilidade ecológica” para com a natureza.
A sétima edição da Semana Social, que decorre até sexta-feira, na capital angolana sob o lema “Participação Local, Mudança Global”, é uma iniciativa da CEAST e realização do Mosaiko – Instituto para a Cidadania -, organização não-governamental afeta à Igreja Católica.
Por seu lado, o diretor geral do Mosaiko, frei Júlio Candeeiro, considerou, na sua intervenção, que a democracia representativa “não se deve sobrepor” a democracia participativa.
“O contexto de Angola é urgente que envolvamos os cidadãos na discussão sobre o entendimento da participação e dos desafios que encontram no processo de tomada de decisão sobre a nossa vida como país”, notou o sacerdote católico.