De acordo com uma nota do gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA), enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, para esta melhoria no saldo entre as exportações e as importações contribuiu essencialmente a evolução do petróleo.
Na nota que dá conta de uma melhoria do saldo da balança comercial de 8,7 mil milhões de euros em 2020 para 18,7 mil milhões de euros, o BFA salienta a "recuperação das exportações em cerca de 57%, para 32 mil milhões de dólares [28,1 mil milhões de euros], com as exportações de petróleo bruto a registar uma subida 50% face ao ano anterior".
Para além disso, acrescentam os analistas, "as vendas de diamantes ao exterior aumentaram 45% face a 2020, e as restantes exportações subiram 139%, em particular, as exportações de gás natural liquefeito (LNG) terão tido um impacto bastante significativo, devido ao preço bastante elevado na segunda metade do ano", acrescentam os analistas.
De acordo com o BFA, as importações cresceram 20% em 2021 face ao ano anterior, "com destaque para a importação dos bens não alimentares, uma vez que as compras de bens alimentares ao exterior diminuíram 8% no ano passado, estando abaixo dos 2 mil milhões de dólares [1,7 mil milhões de euros] – trata-se do quarto ano consecutivo de diminuição, e dá nota do início de um processo de substituição de importações nos bens alimentares".
As importações de combustíveis mais que duplicaram, com um crescimento de 107%, que é explicado essencialmente "pelo efeito do maior preço do petróleo", enquanto as restantes importações subiram 17%, conclui-se na nota.