Para refletir as obras de manutenção em Dália, que não tínhamos previsto anteriormente, vamos baixar a nossa previsão de produção de petróleo em Angola para 1,127 milhões de barris por dia", escrevem os analistas num comentário à evolução do sector petrolífero no país.
Na análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, o departamento africano da britânica Oxford Economics escreve que, em consequência da revisão, "é agora prevista uma ligeira redução nos ganhos de exportações e nas receitas petrolíferas", que implica uma redução do excedente orçamental, de 1 por cento do PIB, para 0,7 por cento", valor que compara com os 2,9 por cento registados no ano passado.
"A recuperação modesta do crescimento da produção de petróleo nos últimos meses vai agora sofrer um grande revés devido à paragem de 35 dias para manutenção no poço de petróleo Dália", consideram os analistas.
Em Janeiro, a produção de petróleo em Angola subiu para 1,1 milhões de barris, mais 20 mil que o registado em Dezembro, segundo os números da Agência Internacional da Energia, o que revela uma melhoria face aos 1,05 milhões de Outubro do ano passado.
"Ainda assim, Angola continua a produzir bem menos que o permitido ao abrigo do acordo na OPEP+, que possibilita a produção de mais 350 mil barris por dia", e a paragem deverá fazer com que este mês a produção fique abaixo de um milhão de barris diários.
No ano passado, a produção de petróleo em Angola subiu 1,4 por cento, para 1,127 milhões de barris, terminando uma quebra de seis anos, essencialmente devido a novos poços e ao alargamento dos actuais, "mas a adição de nova capacidade de produção tem sido maioritariamente anulada pelas contínuas dificuldades operacionais que levaram a uma queda da produção nos poços mais antigos", afirma a Oxford Economics.
Do ponto de vista financeiro, 2022 foi um ano muito positivo tendo em conta a subida do preço do petróleo nos mercados internacionais: "Os números do Ministério das Finanças mostram que a receita petrolífera subiu 50,5 por cento em 2022 para chegar aos 9,1 biliões de kwanzas, principalmente devido ao preço do petróleo ter subido 47,1 por cento no ano passado, em linha com o aumento de 42,6 por cento na média do preço do petróleo de Brent", escrevem, concluindo que este ano o petróleo de Brent deverá descer 15 por cento, em média, fazendo o valor recuar de 100,7 dólares por barril para 86 dólares.