Ottoniel dos Santos, que falava aos jornalistas após uma reunião da Comissão Interministerial do programa de privatizações de Angola (ProPriv), respondeu a uma questão da Lusa, ligada à atual gestão da rede de super e hipermercados Kero, escusando-se a comentar as dificuldades por que passa a África Têxtil, entregue no ano passado à Baobab e que contou na reinauguração da sua atividade com a presença do Presidente angolano, João Lourenço.
O governante disse que cada órgão de comunicação social presente só poderia colocar uma questão, e que não faria mais concessões, remetendo a resposta sobre a paralisação e salários em atraso na África Têxtil para "fórum próprio".
"[Iremos] remeter essa questão a ser respondida no fórum próprio, através dos órgãos da administração do IGAPE (Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado) que estão disponíveis a dar este dado, de modo a que possa então esclarecer essa questão", disse à Lusa.
A África Têxtil, que estava paralisada há 18 anos, reiniciou a 20 de fevereiro a sua atividade produtiva, sob gestão do grupo zimbabueano Baobab Cotton Group, tendo João Lourenço considerado na altura que o investimento de mais de 400 milhões de dólares (330 milhões de euros) naquela unidade era um ganho nacional, realçando ainda que com a gestão privada, o "Estado deixa de ter despesas".
A empresa zimbabueana vocacionada para a transformação de algodão em fios e tecidos para múltiplos usos desde lençóis, toalhas de banho, de mesa e cobertores foi a vencedora do concurso público internacional de concessão para a gestão da unidade fabril, promovido pelo IGAPE, mas segundo a Voz da América, oito meses após reiniciar a sua produção a fábrica parou, devido à falta de algodão e muitos trabalhadores estão há meses sem salários.
Em relação à rede de hiper e supermercados Kero, cujo concurso público internacional para a sua gestão teve como vencedor o grupo eritreu Anseba, como anunciou o IGAPE na passada semana, Ottoniel Santos negou alegadas reclamações de outros concorrentes, entre os quais a parceria Carrefour/Alimenta Angola.
Relativamente à questão do Kero, explicou o secretário de Estado, o concurso para a concessão do direito de exploração da rede "seguiu todos os trâmites legais e a conclusão do concurso teve como vencedor aquele que apresentou a melhor oferta".
"Logo, esta é a entidade a quem, recentemente, foi feita a adjudicação formal para explorar a rede", frisou o governante.