o crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 79 cêntimos acima dos 87,56 dólares com que fechou as transações na terça-feira.
A cotação manteve a tendência altista dos últimos dias, a caminho do limiar simbólico dos 90 dólares, o que está a ser atribuído ao receio de a oferta global vir a ficar demasiado abaixo da procura manifestada.
Às tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia, que têm acicatado as negociações no mercado petrolífero nos últimos dias, somou-se hoje a interrupção do funcionamento do oleoduto que liga Iraque e Turquia.
“Atrás deste aumento vertiginoso do preço do petróleo estão vários fatores”, disse Frédéric Mertens, professor e coordenador da formação em relações internacionais da Universidade Europeia de Valência à Efe.
“O primeiro fator é o da existência de interrupções na produção de petróleo em vários países, devido a tensões políticas ou conflito armado, como a Líbia.
Estas interrupções de produção provocam cortes nos fluxos de abastecimento de petróleo aos países industrializados”, disse.
“O segundo fator é o das tensões geopolíticas, por exemplo, o caso dos Emirados (Árabes Unidos), que foram atacados pelos iemenitas”, acrescentou este académico.
Frédéric Mertens destacou, contudo, que a variante Ómicron do novo coronavirus, “ao contrário de outras, não paralisou a economia” a nível mundial, pelo que “a procura energética, baseada fundamentalmente no petróleo, aumentou”.
Ao comentar algumas previsões que apontam para um preço do barril situado entre 96 e 105 dólares, Mertens relativizou: “Isso tem de ser posto no contexto da dependência dos países industrializados em relação aos países produtores de petróleo e das dificuldades da OPEP em aumentar a produção”.