Milton Reis comentava hoje, no Ministério da Economia e Planeamento, as contas nacionais trimestrais de Angola, apresentadas na segunda-feira, que apontam para um crescimento do PIB entre julho e setembro de 2021 de 0,8% em termos homólogos e 0,5% face ao trimestre anterior.
O governante referiu que, embora estes sejam ainda dados preliminares, estão em linha com outras previsões de entidades internacionais e resultam das reformas que têm sido implementadas pelo executivo.
“Temos hoje as contas fiscais em ordem, temos o mercado cambial estabilizado e estamos a assistir até à apreciação da moeda nacional. Os dados mostram que saímos da recessão e que a economia começa a crescer e estamos à espera de um crescimento mais robusto de 2,5% no ano em curso”, indicou.
O que, acrescentou, permitirá “atacar um outro indicador, o da inflação”.
“Com o aumento da produção nacional, claramente os preços vão reduzir-se”, vincou Milton Reis, destacando também os esforços do executivo na contenção da pandemia para apoiar a dinamização da atividade económica.
O crescimento de 0,8% do PIB teve um reflexo “expressivo do setor não petrolífero com 6,6% que compensou a contração de 11,1% do setor petrolífero, incluindo o gás.
Transportes com 70%, pescas com 53%, comércio com 18%, construção (8%) e agropecuária e silvicultura (5%) foram alguns dos setores com crescimentos mais expressivos.
Com um desempenho negativo estiveram o setor da extração e refinados de petróleo (-11%) diamantes (-4%) e intermediação financeira e seguros (37%).
O avanço na atividade dos transportes foi justificado com o aumento substancial do tráfego aéreo, fruto do aumento da frequência de voos e a entrada em funcionamento de novas operadoras do transporte urbano em Luanda, enquanto as pescas registaram um aumento das capturas e o setor do comércio, benefício do crescimento das importações, bem como da produção industrial.
O setor da agricultura teve “um desempenho robusto” graças ao aumento da produção de amendoim, com 360%, carne bovina (257%) frango (93%), arroz (76%), carne caprina (64%) e mandioca (3,2%), sendo este um dos produtos com mais peso.
Quanto ao contributo negativo do setor petrolífero, foi influenciado pelo declínio da produção, adiamento de planos de investimento e atrasos na perfuração de poços, decorrente da pandemia, cujo impacto, nomeadamente a nível da redução da força de trabalho, foi também sentido no setor dos diamantes, apontou o secretário de Estado do Planeamento.