A decisão é inédita contra um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e nem mesmo durante a Guerra Fria tal gesto foi realizado. O governo angolano, porém, não apoiou o afastamento de Vladimir Putin do principal órgão internacional de direitos humanos.
Mais cedo, embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsya pediu que todos países apoiassem a decisão. “Agora o mundo chegou a um momento crucial. Testemunhamos que nosso transatlântico está passando por uma neblina traiçoeira em direção a icebergs mortais. Parece que devemos chamá-lo de Titanic em vez de Conselho de Direitos Humanos”, disse Kyslytsya.
Numa votação nesta quinta-feira na Assembleia Geral da ONU, 93 países deram seu apoio à proposta de países ocidentais que sugeriram o afastamento do Kremlin das decisões de um dos principais órgãos da entidade. Na América do Sul, os governos da Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Equador deram seu apoio ao afastamento. Apenas 24 países votaram contra o projeto, entre eles a Rússia, China, Cazaquistão, Síria, Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela.
O bloco de ditaduras denunciou as potências ocidentais, além de relembrar violações cometidas pelos EUA em diferentes partes do mundo e a ameaça que a medida poderia causar para a sobrevivência dos organismos internacionais. O governo de Cuba, por exemplo, alertou que, se hoje foi a Rússia, amanhã serão outros países em desenvolvimento que poderão ser afastados por "não aceitar" as políticas das potências ocidentais.
Para o governo da China, a suspensão vai "jogar gasolina no fogo" e não ajudará a trazer a paz.
A Assembleia-Geral precisava de dois terços dos votos a favor para remover a Rússia do conselho.
Veja os países que votaram contra, quem se absteve e quem votou a favor.