Segundo a publicação, as discussões sobre a retirada dos ativos do Banco Central da Rússia “enfrentaram resistência nos Estados Unidos” devido às consequências jurídicas e reputacionais que o país poderia enfrentar em tal cenário.
“Oficiais seniores do governo Joe Biden alertaram que a retirada desses fundos pode ser ilegal e impedir que outros países confiem ainda mais nos Estados Unidos como país para realizar investimentos”, diz a publicação.
O NYT observa que, ao contrário de muitos países europeus que pedem abertamente o uso de ativos russos congelados para assistência financeira à Ucrânia, os Estados Unidos são “muito mais cautelosos” nesse assunto.
“Discussões estão em andamento dentro do governo Biden sobre a possibilidade de unir esforços para confiscar ativos, inclusive em dólares e euros, que Moscou depositou antes da invasão da Ucrânia, inclusive no Banco de Compensações Internacionais na Suíça.
Nas fileiras de funcionários dos EUA, segundo o jornal, tendem a acreditar que o confisco de ativos russos pode levar os bancos centrais de outros países a redirecionar seus ativos de dólares para outras moedas.
Em um discurso recente, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que não sabia se os ativos congelados do Banco Central da Rússia poderiam ser redirecionados para ajudar a Ucrânia. O governo dos EUA enfatizou repetidamente que ainda não tomou uma decisão sobre essa questão.
Os países ocidentais impuseram novas sanções contra Moscou após o início de uma operação especial do exército russo para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia. Assim, as reservas russas foram congeladas no valor de cerca de 300 bilhões de dólares. Em vários países, como parte da política de sanções, também estão sendo tomadas decisões para congelar os bens e imóveis de empresários russos. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, pediu anteriormente aos países do G7 que aprovassem leis que lhes permitissem confiscar ativos russos e transferi-los para Kyiv.
O presidente Vladimir Putin disse que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo para o Ocidente, e as sanções foram um duro golpe para toda a economia global. Segundo ele, o principal objetivo dos Estados Unidos e da Europa é piorar a vida de milhões de pessoas. Ele acrescentou que os eventos atuais traçam uma linha sob o domínio global do Ocidente tanto na política quanto na economia. Segundo ele, a Rússia não vai se isolar e não pode ser estritamente isolada no mundo moderno.