O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que viajará para o Diálogo Shangri-La, uma conferência anual de defesa a ser realizada neste ano de 10 a 12 de junho. A presença do ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, deve ser confirmada nas próximas semanas. Geralmente, os ministros e os funcionários de Estado se reúnem em particular antes e durante a conferência.
Uma reunião entre Austin e Wei teria um significado simbólico, em virtude do aumento de tensão entre os EUA e a China sobre Taiwan.
Pequim reagiu mal às recentes declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre um possível envolvimento militar de Washington em reação às investidas chinesas em Taiwan. A ilha é autogovernada, mas a China quer trazê-la para o comando do Partido Comunista.
Austin e Wei conversaram pela primeira vez em abril, por telefone. Os dois discutiram as relações de defesa, de segurança nacional e também sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele disse que haveria um “impacto disruptivo” na relação Washington–Pequim se a questão que envolve Taiwan não fosse bem tratada. Os militares chineses defenderiam a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial, afirmou o ministro.
Como observa o The Wall Street Journal, Wei é um contundente líder chinês. Em conferência realizada em 2019, o diplomata causou alvoroço ao comentar abertamente a sangrenta repressão dos militares chineses aos protestos pró-democracia na Praça Tiananmen, em 1989. Nos países ocidentais, esse evento é conhecido como “O Massacre da Paz Celestial”. Wei declarou que aquela operação militar era a melhor escolha possível na época.