O Presidente esclareceu que "a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma unidade que se faz na pluralidade" e, como tal, "há posições diversas de vários estados" sobre a invasão russa, o que suscitou que o presidente angolano explicasse o seu ponto de vista e Marcelo a posição portuguesa.
O chefe de Estado divulgou que o presidente angolano "tornou clara a posição que defende, por um lado o entender que é possível haver um fim mais rápido do que aquele que - de outra perpetiva considerada por nós mais realista, não é assim tão rápido - e, por outro, que entende que a Europa tem um papel a desempenhar nesse domínio".
Marcelo reiterou que as perspetivas entre os países "são diferentes porque Portugal é membro da NATO, da União Europeia (UE)", o que leva a uma "posição solidária para com os aliados e com o apoio à Ucrânia". Já a posição angolana "é uma visão não UE, mais distante". Segundo a ideia que o presidente João Lourenço tornou pública, "a Europa poderia a longo prazo ter um papel a desempenhar, para ele entendido como mais fácil do que para a posição dos europeus".
"É evidente que quando se trata de conflitos que têm uma escala global, a Europa muitas vezes tem sido o terreno onde surgem esses conflitos e uma vítima mais intensa dos mesmos", salientou Marcelo, recordando que esta situação já ocorreu "mesmo em conflitos em que houve uma presença de outros países e potências exteriores".
João Lourenço e Marcelo Rebelo de Sousa abordaram ainda as relações bilaterais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), bem como a presidência de Angola - que, na ótica do Presidente da República, "está a correr muito bem" - e ainda as perspetivas da futura presidência de São Tomé e Príncipe.