PN acusa militantes da UNITA de terem usado facas no dia do seu aniversário

O porta-voz do Comando Provincial de Benguela(CPB) da Polícia Nacional(PN), inspector-chefe Ernesto Chiwale, acusou Segunda-feira, 14, alguns militantes da UNITA de terem usado armas brancas numa manifestação que se pretendia pacífica, que saudou o 13 de Março, data de fundação deste partido. O secretário provincial deste partido, Adriano Sapiñala, fala em perseguição e refuta as acusações.

O porta-voz do Comando Provincial de Benguela(CPB) da Polícia Nacional(PN), inspector-chefe Ernesto Chiwale, acusou Segunda-feira, 14, alguns militantes da UNITA de terem usado armas brancas numa manifestação que se pretendia pacífica, que saudou o 13 de Março, data de fundação deste partido

Em entrevista a uma rádio local, Ernesto Chiwale começou por reprovar a atitude de alguns militantes da UNITA, que, no ponto de vista da Polícia Nacional, viola princípios constitucionais e legais, que estabelecem que as manifestações devem ser pacíficas. Entretanto, a UNITA, por sua vez, nega, argumentando não ter havido nada daquilo de que denuncia a Polícia Nacional. “Apreendemos sete facas, caúna, quatro catanas, uma moca e outros objectos. Não há detidos, a Polícia vai continuar a trabaque, lhar. Eram inúmeros os militantes com arma branca”, disse, adiantando que a corporação evitou males maiores e os presumíveis autores estão todos identificados.

Em nota a que O PAÍS teve acesso, a PN torna público que, no dia 10 de Março, recebeu uma nota do Governo Provincial de Benguela dando a conhecer a pretensão da UNITA de organizar uma manifestação em prol do 13 de Março. De acordo com o documento, antes realizou-se uma reunião de concertação entre a Polícia Nacional e a UNITA para abordar aspectos relativos ao evento, que culminaria com um acto político de massas, no bairro Kassoke. A Polícia Nacional argumenta que o policiamento foi montado às 8 horas do dia 13 e os primeiros militantes fizeram-se ao local às 11 horas com cartazes e indumentárias.

Entretanto, conforme sublinha a nota, um facto curioso chamou atenção das forças da ordem. “Em cada local onde havia sido montado o dispositivo policial, posicionavam-se elementos à manifestação, a uma distância de 10 metros, munidos de mochilas e pastas”, diz a nota.

A mesma acrescenta mais adiante que “perante este facto, por suspeita, interpelamos alguns elementos, tendo-se verificado no interior, havia objectos contundentes e corto-perfurantes”, refere a nota,

O responsável policial disse que o uso de objectos contundentes, como os do dia 13 de Março, viola o disposto no artigo 47 da Constituição da República, bem como do preceituado no artigo 13 da Lei n16/91, de 11 de Maio.

“A Polícia está sempre contra nós”, diz Sapinãla

A UNITA, por sua vez, que há três meses perdeu um militante decorrente de desentendimento com agentes da Polícia Nacional, fala em permanente perseguição, na sequência do anúncio da apreensão de objectos cortantes. O secretário executivo deste partido em Benguela, Adriano Abel Sapiñala, vai exigir explicações, sublinhando não ter registos do incidente de que a Polícia Nacional denuncia.

“Chequei todos os factores envolventes na organização, em nenhum momento se revelou este incidente. Logo, para nós, é uma informação não verdadeira, mas, mesmo que tivesse alguma verdade, porquê que não nos informaram?”, questionou-se. No entanto, tanto o porta-voz do Comando da Polícia como o secretário da UNITA convergem que a fase de pré-campanha eleitoral vai exigir mais serenidade e ponderação. OPAIS