“Eles estão fragilizados, estão a dar sinais evidentes de que estão fragilizados, quando alguém recorre a golpes baixos é porque está fragilizado, essa mobilização dos jovens radicais para o vandalismo é um golpe baixo”, disse João Lourenço, quando discursava hoje na província do Cunene, onde lançou a pré-campanha eleitoral do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Segundo João Lourenço, o recurso da oposição a “uma simples comissão instaladora, que não está reconhecida como partido político, mas que age como tal, em desrespeito ao Estado” é igualmente sinal dessa fragilização da oposição.
O presidente do MPLA referia-se ao projeto político PRA-JA Servir Angola, do político Abel Chivukuvuku, que não foi reconhecido pelo Tribunal Constitucional, integrando agora a plataforma política Frente Patriótica Unida (FPU), constituída pelos partidos União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o Bloco Democrático (BD), criada para a alternância do poder nas eleições gerais prevista para a segunda quinzena de agosto deste ano.
“Quando você vai à escola de condução fazer exame para ter a carta de condução e sai de lá reprovado, dizem: volte daqui a uns tempos, prepara-se melhor, volte daqui a uns tempos para voltar a fazer o exame e nós te darmos a carta que vai habilitar a conduzir um carro, significa dizer que não pode conduzir carro nenhum na via pública até voltares lá a fazer novo exame”, disse João Lourenço.
“Mas o que estamos a ver é alguém a circular na via pública, um desencartado, porque não está reconhecido como tal, não tem carta de condução, não tem livrete, não tem título de registo de propriedade e está a circular na via. O que é que se faz? A polícia não pode deixar esse carro circular, é um perigo, pode trazer desgraça”, ironizou.
João Lourenço questionou que tipo de democracia defende a oposição, quando “agem como se fosse anarquia”.
“Em agosto vamos mandar também os desencartados de novo para a escola de condução, é a única forma de levá-los a respeitar a lei e o Estado, mas assim não vão longe, estão a dar todos os sinais de tanta debilidade que acredito que o ‘KO’ não será difícil”, frisou.
Apesar das debilidades apresentadas pela posição, prosseguiu João Lourenço, o MPLA não pode ser triunfalista “ao ponto de dizer já está”, tendo aconselhado a que esta expressão fosse abandonada.
“Temos de nos preparar convenientemente, temos de trabalhar, continuar a trabalhar, quer os militantes do MPLA que estão no executivo, quer os militantes no geral, os nossos amigos, os nossos simpatizantes, os angolanos no geral que acreditam no nosso projeto de governação, todos nós temos de nos preparar até ao último minuto”, disse.
João Lourenço disse que ainda que “como bons alunos” considera que o partido está suficientemente preparado para enfrentar as eleições, ou seja, “o júri, que é o povo soberano”.
“Mas, como todos nós sabemos, quando se aproxima um exame há aqueles alunos que ficam muito perturbados, muito inquietos, porque não se prepararam, então têm medo do júri, sabem que vão reprovar, porque ao longo do ano, quando deviam estar a estudar, faziam gazeta, não estudavam, faziam coisas feias, praticavam atos de banditismo e outras coisas e o professor não vai perguntar nada sobre banditismo, essa matéria não existe”, referiu.
O presidente do MPLA transportou o exemplo para a política e disse que a situação “é a mesma coisa, igualzinho” ao que os adversários do partido estão a fazer.
“Em vez de se preocuparem em conceber um bom programa de governação, preocuparem-se em disseminar o conteúdo desse mesmo programa, para que os eleitores o conheçam e o defendam, o que eles estão a fazer é tudo errado”, afirmou.
“O único programa de governação que eles têm é mobilizar alguns jovens radicais nas cidades, dar-lhes meia dúzia de tostões para irem comprar uma cerveja, se calhar algo mais droga do que isso, para cometerem atos de vandalismo, este é o programa de governação que, infelizmente, a nossa oposição tem”, complementou.
João Lourenço citou os atos de destruição de comités do MPLA em janeiro deste ano, em Luanda, na sequência de uma greve de taxistas, e mais recentemente no município de Sanza Pombo, na província do Uíje.