Mais de 80% dos pedidos de vistos de angolanos para Portugal são aprovados - MNE

Mais de 80% dos vistos pedidos por angolanos para viajar para Portugal têm sido concedidos, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros em Luanda, admitindo ser necessário, no entanto, “maior rapidez” no processamento dos pedidos.

João Gomes Cravinho, que hoje concluiu uma visita de dois dias a Luanda, passou a manhã a inteirar-se sobre os problemas relacionados com a concessão de vistos e afirmou que os atrasos que resultaram da situação de pandemia já estão a ser recuperados.

“Temos uma taxa de aprovação dos vistos que é elevada na ordem dos 83%”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, embora admita que “faz falta maior rapidez” no processamento destes pedidos e outros atos de natureza consular.

Ainda assim, hoje em dia, a “cadência dos pedidos de visto é muito mais elevada do que há um ou dois anos” e isso terá impacto ao longo das próximas semanas e dos próximos meses, adiantou.

Indicou também que é necessário melhorar a comunicação entre o público e o consulado, “áreas de trabalho” sobre as quais o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, a quem pediu que visite Luanda “em breve”, irá debruçar-se para “testar soluções”.

O governante declarou aos jornalistas que o tempo máximo estabelecido no protocolo de facilitação de vistos é de 30 dias “e isso está a ser cumprido”, salientando que os casos urgentes, como tratamentos médicos ou vistos de estudantes, são tratados de forma prioritária.

“Vamos procurar que haja uma melhoria”, reiterou.

No último mês foram emitidos 2.000 vistos pelo consulado português em Luanda.

Questionado sobre a disponibilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para acompanhar as eleições gerais em Angola, previstas para agosto de 2022, João Gomes Cravinho afirmou que essa é uma decisão que compete a Angola, mas sublinhou que a situação política não foi abordada durante esta visita.

“Se for essa a vontade soberana de Angola, com certeza que haverá disponibilidade, a CPLP tem feito isso em vários países, até agora recentemente em Timor-Leste. É uma possibilidade, mas tem de partir de uma manifestação de vontade da parte angolana. Se houver esse interesse, com certeza que haverá correspondência”, afirmou.