Abel Chivukuvuku, que integra com a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, o Bloco Democrático (BD) e representantes da sociedade civil, a plataforma Frente Patriótica Unida (FPU), participou no 1.º Congresso da Nação: “Pensar Angola, por um Projeto Comum de Consenso”.
Num conjunto de preocupações que elencou, Chivukuvuku apontou a necessidade de se saber definir “uma visão partilhada sobre o modelo de Estado, sobre o sistema político e que estruturas do poder político são as mais adequadas para o futuro”.
“Devíamos decidir que, independentemente da identidade dos poderes públicos, serão sempre os angolanos a razão para a nossa vocação para o serviço público, sem os angolanos no centro das nossas preocupações tudo o resto é irrelevante”, frisou.
A médio e longo prazo, o político que já foi dirigente da UNITA e membro fundador da segunda maior força política da oposição angolana, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), pediu que sejam consideradas medidas adequadas necessárias neste momento que o país vive e vai viver nos próximos meses.
Abel Chivukuvuku lançou um desafio às entidades eclesiásticas e autoridades tradicionais para, se possível, como “entidade credível, neutra, nacional, para estar presente e nos conciliar e ajudar nos momentos de difícil entendimento, porque eles vão existir”.
Por sua vez, para o líder do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, Angola tem um trabalho exaustivo para fazer e precisa que os seus cidadãos tenham a plena noção disso e estejam dispostos a trabalhar duro.
“Sem a dedicação de cada um, a fazer o melhor de si, com consciência e ética em cada área em que atua, este país não terá evolução, a responsabilidade é de todos nós e todos nós hoje temos um problema global e a solução é global”, referiu Filomeno Vieira Lopes, defendendo que a cultura política de Angola precisa de ser invertida.
Já o líder da CASA-CE, Manuel Fernandes, lamentou que sendo Angola um país rico se caracteriza por ser apenas exportador de matérias-primas, considerando que é fundamental a constituição de balizas ao nível estadual para garantir a estabilidade.
“Infelizmente, ainda temos um longo caminho a percorrer, porquanto não é possível falar-se da democracia e consolidar a democracia, se não houver vontade interna, os atores políticos devem reconhecer o exercício democrático”, frisou.
No encontro fizeram-se também representar a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e a Aliança Patriótica Nacional (APN), membros da sociedade civil, autoridades tradicionais e líderes religiosos.
Angola está a três meses de realizar as suas quintas eleições gerais e as quartas consecutivas, depois de um interregno de 16 anos, devido ao reacender do conflito armado, que terminou em 2002.