UNITA defende maior controlo do voto para aumentar transparência eleitoral

A deputada da UNITA (oposição) Miahela Webba mostrou-se hoje preocupada com o que classificou de falta de transparência do processo eleitoral em Angola, defendendo um maior controlo das votações por parte da sociedade civil.

Mihaela Webba falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre 'Processos de democratização e Desenvolvimento em Angola' considerando que a falta de transparência é a principal preocupação relativamente às eleições que se avizinham - Angola tem eleições gerais marcadas para 24 de agosto.

“Já estamos a verificar que a lei orgânica revista está a ser violada e está a ser violada pelo próprio caderno de encargos da Comissão Nacional Eleitoral”, afirmou a deputada do partido União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição), sublinhando que esta situação “mina a transparência e a credibilidade” do processo eleitoral.

Questionada sobre os indícios de fraude que têm sido insinuados pelos partidos da oposição, mas também por organizações da sociedade civil, a deputada disse que a fraude poderá ser evitada se “o dono do poder – o povo – decidir controlar o voto”, apontando vários mecanismos para concretizar esta vontade.

“Se os cidadãos tiverem vontade efetiva de controlar o voto isso vai acontecer”, afirmou a jurista, indicando que o movimento cívico Mudei “está a organizar-se para fazer contagem paralela dos votos”.

Outra maneira, sugeriu, é exigir que a ata síntese seja afixada para saber quem efetivamente ganhou naquela assembleia de voto.

“Se em todas as assembleias de voto, os cidadãos exigirem que a ata síntese seja efetivamente afixada, [isso] dará mais transparência no resultado eleitoral, não vamos ter resultados fabricados”, salientou a parlamentar da UNITA.

Angola vai escolher os seus novos representantes na Assembleia Nacional e o novo Presidente da República, sendo o atual chefe de Estado, João Lourenço, recandidato ao cargo.