Activista angolano acusa partidos de usarem pessoas com deficiência para fins eleitorais

Os partidos políticos MPLA, UNITA e CASA-CE estão a ser acusados de instrumentalizarem pessoas com deficiência, colocando-as em posições inelegíveis nas suas listas eleitorais.

Um activista pelos direitos das pessoas com deficiência, Adão Ramos pediu mesmo a retirada do seu nome da lista de candidatos do Bloco Democrático por esse motivo, mas este partido nega qualquer discriminação

O MPLA, UNITCA e CASA-CE têm nas suas listas para candidatos a deputados pessoas com deficiência mas que para o activista angolano pela Inclusão das Pessoas com Deficiência, Adão Ramos, estão colocados em posições inelegíveis para apenas esses partidos venderem a ideia de inclusão.

“No MPLA tem uma companheira que até eu conheço é uma amiga Luísa Mendonça, é inelegível porque até é suplente, e na CASA-CE, Rosa José Manuel também inelegível não consigo precisar o número mas está numa posição inelegível”, disse.

“Colocam na lista em posição inelegível porquê? Porque querem apenas instrumentalizar e mostrar que primam pela inclusão?”, questionou.

Ramos que escreveu para a direção do Bloco Democrático, com cópia a Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, pedindo a retirada do seu nome da lista por se sentir instrumentalizado, acusa MPLA, UNITA e CASA-CE de violarem normas de inclusão aceites internacionalmente afirmando que “com a luta que faço não é coerente que aceite a instrumentalização da minha figura” .

O MPLA e a UNITA, não responderam o nosso pedido de direito de resposta.

Já a CASA-CE na voz do seu presidente, Manuel Fernandes, explica os critérios usados afirmando considerar a posição de Ramos nas listas como “elegível” mas fez notar que os candidatos “não podem pensar que devem ficar sempre nos dez ou vinte (primeiros lugares) porque há sensibilidades dos partidos”.

“Gerir uma coligação não é igual a gerir um partido político”, disse.