As recomendações constam de um documento hoje apresentado, intitulado “Por um voto que conte para a observância dos Direitos Humanos: Manifesto de direitos humanos para Angola face às eleições gerais de 2022”, em que a organização de direitos humanos denuncia uma “intensa repressão dos direitos humanos nos últimos anos, nomeadamente o silenciamento de todas as formas de dissidência”.
A repressão das autoridades, acrescenta a Amnistia, aumentou numa altura em que Angola assiste à deterioraçao da situação humanitária, agravada pela fome causada pela seca na região sul do país.
A organização refere ainda que, no auge da pandemia de covid-19, em 2020, as forças de segurança angolanas, responsáveis pela implementação das restrições, mataram, pelo menos, sete crianças e jovens, recorrendo à força excessiva e letal.
“A Amnistia Internacional apela aos candidatos das próximas eleições para que se comprometam publicamente, se eleitos, a conduzir investigações rápidas, exaustivas, imparciais, independentes, transparentes e eficazes sobre todos os assassinatos e responsabilizar os suspeitos em julgamentos justos”, exortam.
Assegurar o acesso à justiça e a vias de recurso eficazes para as vítimas e suas famílias, levar à justiça todos os membros das forças de segurança acusados de utilizarem força excessiva e letal contra manifestantes pacíficos, e proporcionar o acesso à justiça e vias de recurso eficazes às vítimas e suas famílias, são outros das chamadas de atenção.
A AI apela ainda ao vencedor das eleições para que trabalhe com a comunidade internacional para permitir rapidamente que a ajuda humanitária chegue às vítimas da seca e da fome na região sul de Angola.