Em declarações à Lusa, o mandatário da UNITA na instituição, David Horácio Junjuvili considerou que “os princípios que regem a CNE, o princípio da transparência, da fiabilidade e lisura do processo não permitem ao olho do cidadão comum que um membro do Governo se integre numa estrutura como a CNE como presidente da mesa”.
“Em nenhuma parte do mundo, alguém pode ser juiz em própria causa”, acusou.
Em resposta, o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, afirmou que a “lei estabelece critérios a que deve obedecer a condição de membro de mesa de voto e entre os impedimentos e incompatibilidades este requisito [membro do Governo] não é referido”.
David Horácio Junjuvili reafirmou a posição da UNITA contra o processo eleitoral e deu o exemplo da auditoria pedida ao Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores [FICM]: “o relatório não tinha a data de quando foi feita, nem se soube da nomeação da empresa. Para aquilo que nos interessava, o relatório não diz nada sobre se o ficheiro incorpora cidadãos falecidos ou não, o relatório não diz nada”.
Lucas Quilonda reafirmou que o relatório concluiu que os procedimentos eleitorais estão corretos e voltou a rejeitar as acusações de falta de transparência.
“Essas acusações são infundadas, as leis que regem o processo eleitoral em Angola são suficientemente robustas”, disse.
Para o ato eleitoral, “a logística está praticamente concluída”, explicou Quilonda, salientando também que os “consulados das 25 cidades já têm todo o material eleitoral em prontidão”.
Estão acreditadas como observadores 47 organizações e 33 pessoas individuais. “Estamos a falar acima de 1300 observadores nacionais e internacionais”, explicou.
Mais de 14 milhões de angolanos são chamados às urnas para escolher um novo Presidente e representantes na Assembleia Nacional em eleições disputadas por oito formações políticas.