O processo de criação da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, decorre há um ano e visa essencialmente a atribuição de bolsas de estudo, disse à Lusa um membro da família.
Segundo Esteves Pena “Kamy”, filho da irmã mais velha de Jonas Savimbi, que fundou a UNITA, em 1966, e foi morto em combate em 2002, a criação da fundação é uma ideia da família, na qual estão envolvidos filhos, sobrinhos e outros familiares.
Esteves Pena “Kamy” disse que faz parte da equipa de curadores e preparação dos documentos para a legalização da fundação, mas o processo não se tem desenvolvido.
“Estamos a fazer a documentação, só que chegamos a um ponto que ficamos bloqueados. Remeteu-se ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para o reconhecimento, esteve bloqueado durante todo o tempo e mandatámos Rafael Massanga Savimbi, meu primo, que várias vezes falou com o Dr. Marcy Lopes, mas não se conseguiu nada”, referiu.
Face à situação, prosseguiu Pena “Kamy”, decidiram por contactos formais, junto do Presidente da República.
Na quinta-feira, o ex-líder da UNITA, Isaías Samakuva, abordou a questão com o chefe de Estado angolano, João Lourenço, no decurso de uma audiência que solicitou.
“Então a partir daí - os outros meus irmãos estão fora, irmãos, primos - achámos por bem meter à frente o mais velho Samakuva [sucessor de Savimbi à frente da UNITA] para fazer um contacto com o Presidente”, frisou.
Sobre os fins da fundação, Esteves Pena “Kamy” sublinhou que Jonas Savimbi “era uma pessoa que sempre apostou na formação dos homens”.
“Com a fundação, há variadíssimas ideias, mas uma das ideias é criar-se bolsas de estudo e outros fins, mas vai ter esse fim, para ajudar as pessoas que querem estudar”, informou Pena “Kamy”.
O sobrinho de Jonas Savimbi disse que o projeto não está dissociado do partido, apesar da ideia ter sido da família, frisando que nunca sentiram “uma oposição em relação a isso”.
“O partido, a pessoa do presidente [da UNITA, Adalberto Costa Júnior] sabe, ele foi posto ao corrente de todas as reuniões feitas”, vincou.