A posição foi expressa numa declaração por ocasião do 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial, emitida hoje pelo Secretariado do 'Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Na declaração, é recordado “o massacre da Baixa de Cassanje, perpetrado, em 1961, pelo regime colonial português contra milhares de cidadãos indefesos”, rendendo o Bureau Político do Comité Central do MPLA “profunda homenagem aos compatriotas assassinados, expressando o firme compromisso de preservação do seu legado histórico”.
No dia 4 de janeiro de 1961, nos campos de algodão da Baixa do Cassange, província de Malanje, camponeses ao serviço da Cotonang (Companhia do Algodão de Angola) revoltaram-se e queimaram as sementes fornecidas pela companhia algodoeira, sendo duramente reprimidos num ataque que deixou um número indeterminado de mortos.
A revolta teve continuidade com os assaltos às cadeias de Luanda, no mês seguinte, e levantamentos no norte de Angola, acontecimentos que marcaram o início da guerra colonial.
“Para o Bureau Político, a contestação dos camponeses da Baixa de Cassanje, mais do que um ato de justa reivindicação de direitos, representou uma postura heroica prenhe de bravura e determinação do Povo Angolano pela liberdade, e marcou o início do processo de luta armada, que culminou com a proclamação da independência nacional em novembro de 1975”, refere a declaração.
A nota sublinha que, o MPLA defende a permanente valorização da data, enquanto tributo aos seus mentores, “exortando todos os cidadãos, de Cabinda ao Cunene, a assegurarem com perene sentido de gratidão e reconhecimento esse relevante facto e feito heroico, como fonte de inspiração para a permanente construção duma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva”.
No documento, o Executivo angolano é encorajando a reforçar as ações em prol da redução da pobreza, nomeadamente por uma efetiva redistribuição da riqueza nacional, inclusão social e a reintegração sócio produtiva dos grupos mais vulneráveis, em particular através do registo dos agregados familiares em situação de vulnerabilidade e com o consequente desenvolvimento de um pacote mínimo de proteção social.
O Bureau Político do MPLA destaca que as celebrações do 61º aniversário dos acontecimentos da Baixa de Cassanje decorrem em ano de eleições gerais, “evidente premissa de consolidação e reforço do Estado democrático de direito”.
“Pelo que o MPLA exorta a população angolana a participar patrioticamente nas ações que concorrem para o êxito do Registo Eleitoral Oficioso, reforçando assim os pilares da construção de uma sociedade assente em elevadas expressões de justiça, solidariedade, paz, igualdade e progresso social”, frisa a declaração.
“Fortalecido pela sua trajetória de lutas e conquistas, o MPLA saúda todos os angolanos que, com elevada postura cívica, têm contribuído para a promoção do desenvolvimento socioeconómico e territorial de Angola, e reforça o apelo no sentido de apoiarem, de forma incondicional e inequívoca, a liderança do Camarada Presidente João Lourenço na criação de um ambiente de negócios que estimule e atraia o investimento privado, aumente a produção nacional de bens essenciais, de serviços, arrecade mais divisas e crie mais empregos para os angolanos”, lê-se ainda na declaração.