Adalberto Costa Júnior, que falava hoje numa cerimónia de cumprimentos de ano novo para militantes, amigos e simpatizantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), disse que se multiplicam as manifestações e intervenções públicas de inúmeros cidadãos, que têm mostrado apreensão “com o rumo tomado pelo país”.
Na quinta-feira, o Presidente de Angola, João Lourenço, disse numa entrevista coletiva, que a UNITA não está preparada para enfrentar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, nas eleições gerais a serem realizadas em agosto deste ano, olhando para o facto de pretender coligar-se a outros partidos políticos.
Segundo Adalberto Costa Júnior, o MPLA para enfrentar a UNITA “viola as leis e usa como muletas as instituições públicas, os órgãos públicos de comunicação social, [que] prestam serviços ilegais ao partido de regime”.
“O MPLA não está preparado para concorrer com lealdade e em igualdade de condições na campanha eleitoral e por isso esconde-se atrás das instituições e nega a democracia e a pluralidade”, disse Adalberto Costa Júnior, aconselhando seguir o exemplo de Portugal que terá eleições legislativas este mês, com 30 debates, entre todos os candidatos, programados.
“Vão continuar a fugir aos debates? Vão continuar a desrespeitar o cidadão? Vão continuar a esconder-se atrás das instituições públicas e a usar os tribunais como instrumentos de competição partidária? Se estão mesmo prontos e não têm medo, abracem o jogo democrático. Aqui reafirmo a minha disponibilidade”, salientou o presidente da UNITA.
Adalberto Costa Júnior sublinhou que faltam poucos meses para o fecho de um ciclo de governação, de cinco anos, “que foi iniciado com grandes expetativas e com inúmeras promessas”.
“Um mandato que sucedeu a um longo período de governação do Presidente José Eduardo dos Santos, a quem pintaram com as piores cores e a quem direcionaram os piores balanços”, citando promessas do atual ciclo de governação, nomeadamente a criação de 500 mil empregos para jovens, que não chegaram a ser cumpridas.
O líder da UNITA criticou a mistura dos momentos, em que o chefe de Estado angolano fala e atua como Presidente da República ao mesmo tempo como presidente do MPLA.
“Ontem a confusão das distintas instituições foi total! A entrevista foi ao Presidente da República e o Presidente fala dos seus competidores na campanha, o Presidente que nos deveria representar a todos despe-se das suas vestes de mais alto magistrado da nação e trata os líderes partidários e a juventude do seu país sem respeito”, disse.
De acordo com Adalberto Costa Júnior, “a UNITA está preparada e pronta para governar Angola com todos, para o bem de todos”, anunciado a apresentação oportunamente de um programa de emergência nacional, assente em sete eixos, entre os quais o combate à fome e à pobreza, reestruturação da economia, pluralismo na comunicação social, entre outros.
Adalberto Costa Júnior sublinhou que 2022 “será um ano com muitas dificuldades”, contudo o da “construção do futuro”.
“Um ano de muitas certezas. Certeza que vamos vencer, certeza que os angolanos estarão juntos nesta mudança, certeza que vamos voltar a ter verdade e derrotar a mentira”, frisou, prometendo realizar eleições locais “num período imediato” caso ganhe as eleições.
“O cidadão é quem decide o seu futuro. Não é o partido que governa. Também não são os outros partidos. O poder de decidir é seu. É do povo e hoje o povo cresceu e por isso a manipulação também crescente da comunicação social pública! Vamos todos dizer basta! Se necessário vamos sair à rua e defender os nossos interesses”, salientou.