Em comunicado, aquela agência explica que na sequência da renovação do AOC dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), concluída em final de Abril, uma equipa de inspectores da AAC supervisionou em 08 de Maio o voo de demonstração do Boeing 737-700 de matrícula cabo-verdiana, D4-CCI, propriedade da companhia angolana e desde 14 de março em Cabo Verde.
A AAC acrescenta que este voo “é uma exigência legal que ocorre quando se introduz um novo tipo de aparelho na frota de uma transportadora aérea, antes do início das operações” e que neste caso o aparelho “recebeu o registo nacional” e foi adicionado às Especificações de Operações, “que é parte integrante do Certificado de Operador Aéreo”.
“Este facto permite a plena exploração do aparelho pela companhia nacional, com tripulações de voo, de cabine e de manutenção com licença cabo-verdiana”, refere ainda a AAC, acrescentando que já em 03 de Maio foi avaliada a capacidade de retirada de passageiros em situações de emergência em terra e no mar, no âmbito do processo de certificação.
“Refira-se que a certificação do Boeing 737-700, matrícula D4-CCI e a renovação do Certificado de Operador Aéreo (AOC) aconteceram em finais de Abril último”, lê-se ainda na informação da AAC.
A TACV retomou as operações, depois de renacionalizada em Julho último, no final de dezembro, ao fim de 21 meses sem actividade devido às restrições internacionais impostas com a pandemia de covid-19, inicialmente com um voo entre a Praia e Lisboa. Posteriormente, alargou essas rotas semanais para a capital portuguesa também a partir das ilhas de São Vicente e depois do Sal, e prevê a retoma dos voos para Boston (Estados Unidos da América) em “meados de Julho”, segundo a administração.
Em 14 de Março, no âmbito da visita de Estado a Cabo Verde do Presidente da República de Angola, João Lourenço, as administrações das duas companhias aéreas estatais, TACV e TAAG, assinaram um acordo para o fornecimento, em regime de ‘leasing’, de um primeiro Boeing 737-700 da transportadora angolana à companhia cabo-verdiana, que chegou no mesmo dia ao aeroporto internacional da Praia.
“Em termos do nosso plano de retoma e estabilização prevemos até final de 2023 estar a operar com três aparelhos, portanto estamos abertos a toda a cooperação que a TAAG poderá estar interessada. Até 2023 são três aparelhos, mas o mercado ditará o número exacto de aviões que a TACV irá necessitar”, disse anteriormente, em entrevista à Lusa, a presidente do conselho de administração da companhia cabo-verdiana, Sara Pires.
“Num momento inicial foi esta aeronave. Nós temos necessidade de mais aeronaves, portanto, iremos iniciar um processo de negociação para a chegada de novos aparelhos”, acrescentou.
De acordo com informação da TAAG, a companhia angolana opera vários Boeing 737 com capacidade para 120 passageiros, essencialmente nas rotas domésticas, que está a substituir por seis Dash 8-400 turbo hélice.
Desde a retoma dos voos em Dezembro, a TACV operava com um Boeing 757 em regime de ‘leasing’, que segundo o Governo cabo-verdiano tinha “problemas de ‘performance’”, tendo em conta os 188 lugares para uma ocupação média dos voos da companhia que ronda os 100 passageiros.
A TACV foi privatizada em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, e renacionalizada em Julho de 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.