O homem, de 34 anos, foi detido na terça-feira, e é suspeito de integrar um grupo de pessoas que permanecem nos arredores das embaixadas destes países, em busca de cidadãos que procuram obter vistos, prometendo consegui-lo em troca de 600 mil kwanzas (1.388 euros).
O cidadão em causa entregaria os passaportes das vítimas e parte do dinheiro extorquido (400 mil kwanzas ou 925 euros) a um outro membro da rede, que, alegadamente, teria contactos com supostos funcionários das embaixadas e que conseguiria obter o visto sem cumprir com os procedimentos legais.
Segundo o comunicado do SIC, uma vez concedido o visto, de forma irregular, o suspeito condicionava a entrega dos passaportes às vítimas, mediante o pagamento de 200 mil kwanzas (463 euros).
A polícia encontrou na casa do suspeito onze passaportes nacionais, 62 recibos para emissão e reemissão de passaportes nacionais, vinte fotografias tipo passe, de cidadãos supostamente nacionais, quatro cartões de vacina internacionais e vários extratos de diversos bancos, emitidos em nome de vários cidadãos, que foram apreendidos.
O homem vai ser presente a tribunal para os trâmites processuais, enquanto continua a investigação para determinar outros envolvidos na rede, acrescenta o SIC, apelando aos cidadãos que usem os canais apropriados para obtenção de vistos para prevenir este tipo de crime.
Na passada sexta-feira, o semanário Novo Jornal noticiava dificuldades na resposta aos pedidos de visto, com o consulado português em Luanda a denunciar agendamentos online abusivos por parte de agências de viagens ou intermediários clandestinos, que se apropriam das vagas para depois as venderem.
Os agendamentos são realizados na plataforma da empresa VFS Global, contratada pelo Governo português para tratar do agendamento e aceitação de candidaturas de solicitação de vistos online, enquanto a adjudicação dos pedidos de visto é feita pelo consulado.
Em 14 de março, o Governo português voltou a aceitar pedidos de visto Schengen para Portugal, que estavam suspensos há dois anos e se destinam a quem pretende visitar o país por um período inferior a 90 dias em turismo ou visita familiar.
No passado mês de abril, segundo a cônsul de Portugal em Luanda, Cláudia Boesch, foram concedidos mais de 1.400 vistos em Angola, dos quais mais de 1.200 de curta duração.
O Consulado Geral de Portugal em Luanda representa, para efeitos de vistos, mais oito países (Áustria, Eslováquia, Grécia, República Checa, Lituânia, Suécia, Noruega e Dinamarca).