Julgamento dos dois ativistas políticos de Cabinda adiado por ausência da juíza

O julgamento dos dois ativistas políticos da província angolana de Cabinda, detidos em outubro de 2021, foi adiado, sem nova data, devido à ausência da juíza, disse hoje à Lusa o presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC).

“Fomos informados no tribunal que a juíza responsável pelo processo está ausente. Não foi remarcada nova data, disseram-nos apenas que na próxima semana poderemos saber de uma nova data”, disse Carlos Manuel Vemba, em declarações à agência Lusa.

Estava previsto para hoje o início do julgamento dos ativistas António Tuma e Alexandre Dunge, membros do MIC, detidos no dia 06 de outubro de 2021, acusados dos crimes de rebelião, perturbação do funcionamento das instituições públicas, grupo terrorista e associação criminosa.

Segundo Carlos Vemba, a organização não conseguiu constituir um advogado para os arguidos, tendo, entretanto, havido “solidariedade de alguns advogados que garantiram que estariam presentes no tribunal”.

Carlos Vemba manifestou-se confiante que até à próxima semana consigam constituir a defesa dos seus membros.

“Caso não, teremos que caçar apenas com o gato [advogados oficiosos]”, referiu.

Os dois ativistas foram detidos há oito meses, encontrando-se ainda privado de liberdade António Victor Tuma, secretário adjunto para a informação do MIC, e em liberdade provisória, desde maio deste ano, Alexandre Dunge, por razões de saúde.

De acordo com o presidente do MIC, o ativista Alexandre Dunge, que foi libterado com termo de identidade e residência, não compareceu hoje em tribunal devido ao seu estado de saúde.

“A saúde dele ainda inspira cuidados, está muito debilitado, até ao momento ele não consegue manter-se de pé por muito tempo e de igual modo não consegue sentar-se por um longo tempo, então a forma mais confortável é deitado”, explicou.

Na altura da detenção dos dois ativistas, em declarações à Lusa, o secretário para a Informação e Comunicação do MIC, Sebastião Macaia, disse que nos três meses anteriores, juntamente com o seu adjunto, António Tuma, vinham realizando campanhas políticas, através das redes sociais, apelando aos naturais daquela província petrolífera de Angola para não participarem das eleições gerais previstas para agosto deste ano, defendendo um referendo para a resolução da situação de Cabinda.