"Sim, revimos a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano para 2,7%, considerando o mesmo ritmo de 1,14 milhões de barris de petróleo por dia e um preço a rondar os 100 dólares", disse Vera Daves de Sousa, quando questionada durante a conferência da Bloomberg sobre África, que decorre hoje a partir de Londres.
Angola saiu da recessão que durava desde 2016 no ano passado, registando um crescimento de 0,7%, e previa aprofundar a recuperação, com uma expansão económica de 2,4% este ano.
Na entrevista concedida durante a conferência 'Bloomberg Invest: Focus on Africa', a ministra das Finanças foi também questionada sobre a possibilidade de Angola aumentar as exportações de petróleo e gás para a Europa, compensando a quebra nas vendas à Rússia.
"Sim, temos a vontade política e abertura para o fazer, mas precisamos de muito trabalho de casa para conseguir dar resposta a essa necessidade da União Europeia", respondeu Vera Daves de Sousa, salientando que entre o investimento e o retorno passam anos.
"Nós viemos de um cenário de queda da produção, estamos a motivar as companhias a fazerem mais investimentos, através de reformas, e estamos a ver os primeiros resultados, mas demora tempo, entre os investimentos que começam agora e os resultados, demora entre dois e cinco anos, por isso sim, queremos e estamos preparados [para aumentar as exportações para a Europa] mas vai demorar tempo para conseguirmos corresponder às expetativas", explicou a governante.