"Estamos a reconstruir as reservas e queremos estar prontos para futuros desafios, não queremos passar novamente pela experiência da covid-19, por isso apostamos na reconstrução das reservas do Tesouro", que desceram para níveis históricos durante a pandemia de covid-19.
"Queremos ser menos agressivos no financiamento, usar menos o financiamento externo e o interno, especialmente o interno", explicou Vera Daves de Sousa numa conferência de investimento promovida pela agência de informação financeira Bloomberg.
Questionada sobre o que irá fazer com o aumento de receita proveniente do petróleo, cujo preço inscrito no Orçamento (59 dólares por barril) é quase metade do preço atual, a rondar os 100 dólares, Vera Daves de Sousa insistiu na ideia de dar espaço para o financiamento da diversificação económica.
"Estamos completamente empenhados na diversificação da nossa economia, mas para isso precisamos de dar espaço aos bancos comerciais para financiar o setor privado; se formos menos ao mercado interno, veremos mais liquidez do sistema a ir para o financiamento de investimentos do setor privado, por isso vamos usar menos o espaço dos bancos nacionais e compensar com a receita extra que chegará do petróleo mais caro", explicou a governante.
Questionada sobre a sua previsão de evolução para o preço do petróleo, a ministra das Finanças angolana preferiu reconhecer que os motivos para a evolução do preço são conjunturais.
"As circunstâncias que levaram o preço para os 100 dólares por barril são geopolíticas, não são estruturais, por isso queremos ser conservadores; se a tensão geopolítica for resolvida, com um clima mais pacífico, veremos o preço a cair, por isso queremos ser conservadores, 59 dólares é o preço que está no Orçamento e tudo o que recebermos acima disso queremos usar nos termos que descrevi", concluiu a ministra.