O Supremo Tribunal da região separatista de Donetsk acaba de condenar à morte três voluntários estrangeiros capturados que tinham lutado do lado ucraniano - os dois britânicos Aidan Aslin e Sean Pinner e o marroquino Saadoun Brahim.
A notícia é avançada pela agência estatal russa RIA-Novosti. O Ministério Público local concluiu, esta quarta-feira, após interrogar os acusados, que os três lutaram como mercenários em território ucraniano.
Shaun Pinner, de 48 anos, foi capturado durante o cerco russo à cidade de Mariupol após vários anos como soldado do Exército ucraniano.
Já Aiden Aslin, de 28 anos, que fazia parte do Exército ucraniano desde 2018, também foi preso em abril por milícias pró-Rússia na mesma cidade da região de Donetsk, onde continuam os combates entre tropas russas e ucranianas.
Em meados de abril, Aslin e Pinner dirigiram-se ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, numa mensagem transmitida pela televisão russa, pedindo para serem trocados pelo político pró-russo próximo ao Kremlin, Victor Medvedchuk, preso por alta traição.
Tanto a família dos militares como o Governo britânico exigiram que as autoridades russas os tratassem com dignidade, de acordo com a Convenção de Genebra.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou, esta quarta-feira, que Moscovo tenha recebido um pedido de troca de detidos, remetendo qualquer decisão para autoridades separatistas em Donetsk.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de quase 15 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,9 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.