Adalberto Costa Júnior, que fez estas promessas, durante a abertura da campanha eleitoral, no município do Cazenga, disse que se a UNITA vencer as eleições, vai alterar a Constituição da República para introduzir duas regiões autónomas, nomeadamente Luanda e Cabinda.
De acordo com o político, a região administrativa autónoma de Cabinda teria um parlamento, um governo e uma autonomia administrativa e financeira, de modo a acabar com o conflito prevalecente na região.
Já a região administrativa metropolitana de Luanda, teria como missão resolver os problemas sociais que a província enfrenta, no domínio da água potável, energia eléctrica, saúde, educação e infra-estruturas.
Adalberto Costa Júnior, apelou à juventude o voto na alternância, pedindo "para não se deixarem enganar" pelo partido no poder há 46 anos
“Temos acompanhado com grande dor a prisão de muitos jovens, por respeito à independência do poder judicial, nós ficamos muito em silêncio, mas não ficamos à distância da solidariedade, nunca houve falta de solidariedade da nossa parte”, disse Adalberto Costa Júnior num discurso de improviso de quase hora e meia.
Segundo o líder da UNITA, “um pouco por todo o país, de um tempo a esta parte” têm-se registado detenções de vários jovens, nas províncias do Cuando Cubango, Benguela, Huíla, Luanda, Cabinda, Uíje, nas Lundas, “em todo o espaço nacional”.
“Para que a força da juventude não mantenha essa disponibilidade de lutar para um futuro melhor, para que os jovens se sintam ameaçados e amedrontados, na sua vontade de participar”, salientou.
O político apelou à não violência, lembrando os atos e vandalismo ocorridos, em janeiro deste ano, em Luanda, na sequência de uma greve de taxistas, em que foram presos alguns jovens, situação que atribuíram culpas ao partido.
“Quando identificarmos o risco da violência, as agressões contra nós, meus amigos, não é um ato de cobardia, vamos virar as costas e vamos por outro caminho. Senão está tudo preparado para dizer que a culpa está só de um lado e não podemos colocar o pé na casca de banana”, referiu.
“As eleições são uma festa, ninguém deve ter medo das eleições, as eleições é dar ao povo o poder que sempre teve de decidir sobre quem nos governa e nós políticos devemos saber que o nosso mandato é temporário”, acrescentou.
O político pediu aos presentes no ato, bastante lotado, e população angolana que “não se deixem enganar”.
“Vocês todos já viram o jogo, não viram? Vão voltar a ser enganados? A força da mudança está aqui, é vasta, em agosto é a alternância do poder. Não é possível ignorar esta massa toda, que veio para aqui voluntária, consciente”, disse.
O líder da UNITA exortou os presentes a apoiarem a Frente Patriótica Unida (FPU), uma plataforma eleitora, integrada pela UNITA, o partido Bloco Democrático, o projeto político PRA-JA Servir Angola e sociedade civil.
“Nós dirigentes e não só, porque a sociedade disse que está connosco e pensa da mesma maneira, entendemos que devíamos formatar uma ampla frente democrática para a alternância política do poder no nosso país”, realçou.
De acordo com Adalberto Costa Júnior, a plataforma eleitoral não está fechada e continua aberta à colaboração da sociedade civil.
“Esta ampla frente de caráter eleitoral tem um compromisso múltiplo, que não é apenas a intenção de fazer a alternância política e governar. Temos um acordo múltiplo, para uma base maioritária na Assembleia Nacional, precisamos do vosso voto, da vossa confiança, para termos em agosto a alternância do poder político”, afirmou.
Adalberto Costa Júnior informou que até ao final deste mês será apresentado o programa de governação da UNITA, já apresentado nas eleições anteriores, mas agora melhorado e adaptado à realidade atual, com ideias da sociedade, para o enriquecimento dos programas.
A realização das autarquias locais, a revisão constitucional, a diminuição de poderes do Presidente da República e a sua escolha direta nas eleições, bem como a constituição de duas regiões autónomas, nomeadamente para as províncias de Cabinda e Luanda são alguns dos compromissos do programa de governação do maior partido da oposição.
O ato, que contou com a presença do líder do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, decorreu no âmbito das eleições gerais que Angola vai realizar em agosto deste ano.