Dianhenga Kulaxingo falava à imprensa à margem do 1.º Congresso da Nação: “Pensar Angola, por um Projeto Comum de Consenso”, iniciativa da sociedade civil angolana.
Segundo o rei, é preciso que os governantes do país deixem os seus gabinetes e vão ao encontro do povo para conhecerem os seus problemas.
O soberano considerou boa a iniciativa realizada pela sociedade civil, mas defende que é preciso propor ao Governo a criação de uma câmara das autoridades tradicionais, que deverá englobar toda a sociedade civil, incluindo as igrejas.
“Estamos a falar entre nós, em particular, não estamos a falar com o Governo, temos que escrever para o Governo e dizer o que achamos que não está certo”, frisou.
“Isto é uma boa iniciativa, mas não vai surtir efeito, porque é a mesma coisa que diz o próprio MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, partido no poder] que os cães ladram e a caravana passa, nós devemos é bater a porta”, acrescentou.
Dianhenga Kulaxingo realçou que o povo “já não está surdo, já não está cego” e vai analisar quem tem melhores propostas de desenvolvimento, lamentando que as autoridades tradicionais são apenas lembradas na altura das eleições.
Para o rei, o problema de Angola vai acabar apenas quando as autoridades tradicionais forem incluídas na Assembleia Nacional, “porque são as autoridades tradicionais que vão puxar as orelhas aos seus filhos que são governantes”.
De acordo com o rei, nesta altura todos os partidos políticos se digladiam para realizar comícios nos municípios, nas províncias.
“Vão atrás de quem? De nós, porque somos nós que temos o povo. E porque é que somos excluídos em certos atos que são importantes?”, questionou.
Angola vai realizar as suas quintas eleições gerais em agosto deste ano, estando a decorrer a preparação do processo eleitoral.